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Conselho de medicina debate eutanásia
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela primeira vez na sua história, o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São
Paulo) discute a elaboração de
uma resolução que considera ético o médico limitar ou suspender
procedimentos que prolonguem
a vida do doente incurável em fase
terminal. Do ponto de vista legal,
a prática se configura eutanásia,
apesar de os médicos preferirem o
termo ortotanásia. A proposta
chegou a ser colocada em consulta pública no site do conselho,
mas o Ministério Público avaliou
que a consulta era indevida porque já existe uma legislação penal
que considera a prática um crime.
Agora, o Cremesp estuda uma
outra forma de salvaguardar o
médico que, atendendo a um desejo do doente ou da sua família,
suspenda os procedimentos que
mantêm vivo o paciente terminal.
Na avaliação do médico Reinaldo Ayer de Oliveira, conselheiro
responsável pela resolução, a meta é enfrentar um dos principais
dilemas éticos vividos pelo médico que é o de como proceder diante de um paciente incurável. Para
ele, não cabe ao conselho mudar a
lei, mas sim dizer ao médico que
determinado comportamento
não é considerado antiético.
Na realidade, decisões relativas
à descontinuação do que os especialistas chamam de "tratamento
fútil" são tomadas todos os dias
em hospitais do mundo, independentemente de resoluções ou leis.
Mas isso não isenta o médico ou o
familiar que autorizar a eutanásia
de responder a ação penal. Há 9
anos, a eutanásia chegou a ser
proposta por meio de projeto de
lei no Senado. O projeto caducou,
a prática continua sendo crime.
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