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Novos edifícios terão contas de água individuais
Projeto aprovado na Assembléia de SP determina a instalação de medição particular de consumo para cada apartamento
Novo sistema de cobrança, aprovado em votação simbólica, ainda depende de aval do governador José Serra; PSDB apoiou projeto
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Assembléia Legislativa
aprovou em plenário um projeto de lei que determina a instalação de hidrômetros individuais em novos edifícios construídos no Estado de São Paulo.
Com a medida, a cobrança do
consumo de água deixa de ser
coletiva nesses condomínios.
O governador José Serra
(PSDB) tem 30 dias para sancionar (ou vetar) a proposta e
publicá-la no "Diário Oficial".
Com a mudança, só as novas
construções serão obrigadas a
ter os medidores individuais.
Moradores de prédios antigos poderão pedir a instalação
de consumo por unidade, mesmo que a assembléia do condomínio não queira, mas terão de
arcar com os custos da troca de
toda a estrutura hidráulica e do
encanamento (entre R$ 5.000
e R$ 30 mil, segundo avaliação
de associações de condomínio).
O projeto foi apoiado pela Sabesp, a concessionária de água
do Estado, ambientalistas, sindicatos e associações de condomínio do Estado.
"É um grande benefício tanto
para condôminos quanto para
condomínios. Não só pela questão da justiça econômica mas
também pelo desperdício",
afirma Omar Anauate, diretor
de condomínio da AABIC (Associação das Administradoras
de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo).
Segundo o Ipevecon, índice
de variação de custo condominiais feito pela AABIC, os gastos com consumo coletivo de
água representam de 10% a
14% das despesas do prédio, e
varia de R$ 1.000 a R$ 4.000,
em média. Pelos cálculos da Sabesp, uma família de quatro
pessoas usa cerca de 15 m3 por
mês e passaria a pagar R$ 42,48
(incluído o serviço de esgoto).
Por outro lado, a redução
média no condomínio, diz o
Sindicond, o sindicato dos condomínios, deve ser de R$ 15.
Resultado: economia no consumo e uso racional da água para
reduzir a despesa. E benefício
para aqueles que moram só,
que passarão a pagar cerca de
R$ 10 mensais.
"Se a luz é individualizada,
por que a água não é? Hoje a
água é ouro. E vai ficar mais cara", diz José Luís Bregaida, presidente do Sindicond.
O projeto, aprovado em votação simbólica pelos 94 deputados da Alesp, deve ser sancionado sem grandes mudanças
por Serra, segundo a Folha
apurou. A reportagem entrou
em contato ontem com o governador, mas ele estava em
Brasília. "Quando as pessoas
sentem no bolso, tomam outra
postura", diz Afonso Lobato
(PV), autor da proposta.
A advogada Janaína Schoenmaker, que paga R$ 240 de
condomínio num prédio de 12
andares na Consolação, diz que
procurou a síndica há alguns
meses para fazer a cobrança individual nos 72 apartamentos.
"Se ficasse claro o quanto cada um gasta, talvez fosse mais
fácil reduzir o consumo e pagar
menos", afirma Schoenmaker.
Mário Mantovani, diretor da
SOS Mata Atlântica, conclui:
"São Paulo vive no limite de tudo: água, ar, trânsito. É preciso
ter mais controle na cidade."
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