São Paulo, domingo, 31 de agosto de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ROBERTO MAGALHÃES SUÑE (1921-2008)

Magnata gaúcho dos cavalos crioulos

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Há na fronteira brasileira com o Uruguai, lá em Aceguá (RS), quase Bagé, uma estância de verdes pastos e uma casa recheada de luxos: quadros de Di Cavalcanti, porcelanas inglesas em forma de cuias de chimarrão e centenas de estribos de prata. Um tesouro -mas tão menor que as verdadeiras jóias negras, de crinas escovadas, a comer e dormir em suas baias de luxo, que era da cabanha dos cavalos crioulos que o dono de fato se orgulhava; e mais enquanto viveu Brazão do Junco, o grande campeão.
"Apesar de pecuarista, ele tinha um "savoir faire'", diz o colunista social e habitué da Estância Peñarol, cujas minúcias de riqueza descrevia em textos sobre a elite local.
Não que Roberto Suñe fosse provinciano. "Nos anos 80 ia a São Paulo comprar obras na Bienal", diz. "E conhecia tudo de Ásia e Europa", diz a filha, que ele reconheceu há poucos anos. "Homem perfeito da sociedade, caía mal não aceitar", diz. E já tinha idade demais para andar sozinho na estância e na vida.
Estância que herdou do pai, rico pecuarista de Bagé. Manteve-a no auge por décadas. "Mas, como todo milionário, era excêntrico", diz a filha. "Amava ficar sozinho, viajar. E amava os cavalos." Neles gastava seu dinheiro.
"Os competidores chiavam por ele ter os bois mais gordos, os melhores cavalos. Tão rico, não tinha mais o que ganhar." Morreu domingo, de insuficiência renal, aos 87. Mas deixou a fama: era o "magnata do cavalo crioulo".
obituario@folhasp.com.br


Texto Anterior: Mortes
Próximo Texto: Saúde / Ciência: Estudo de genes em crianças busca melhorar tratamentos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.