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Acidente em brinquedo leva garoto à UTI em Recife
Gustavo, 9, sofreu traumatismo craniano ao cair de simulador de gravidade
Estado da criança, com
3 coágulos no cérebro,
é estável, mas não há previsão de alta; casa
de festas foi interditada
JOÃO PAULO GONDIM
DE SÃO PAULO
Um garoto de nove anos
sofreu traumatismo craniano
ao cair de um brinquedo em
um aniversário. O acidente
ocorreu no sábado em uma
casa de festas infantis de Recife. Internado na UTI, seu
quadro é estável.
Gustavo Gomes de Oliveira
estava em um simulador de
gravidade, em que o corpo é
fixado num aparelho que gira. Pouco antes, seu irmão de
dez anos usara o brinquedo.
Na vez de Gustavo, os cintos que seguravam mãos e
cintura se soltaram. Preso só
pelos pés, ele bateu a cabeça
na parede e duas vezes no
chão. Inconsciente, despertou a caminho do hospital.
"Ele vomitava e dizia: "Pai,
não me deixe morrer'", contou o químico Ricardo Gomes
de Oliveira, 50.
Para o pai, a prestação de
socorro pela casa foi "muito
precária". "Não havia equipamentos, como maca, nem
pessoal que soubesse como
agir na hora do acidente."
Disse que processará a casa e o fabricante do aparelho.
O local foi interditado.
Uma perícia deve ser feita hoje. O operador do brinquedo
e os donos da casa devem depor nesta semana.
"Vamos investigar se ocorreu falha do operador ou falha mecânica do aparelho",
disse a delegada Kelly Luna.
Consciente, Gustavo está
na UTI de um hospital privado de Recife; não corre risco
de morrer. Seu quadro é estável, sem previsão de alta.
Ele tem três coágulos no
cérebro. "Os médicos disseram que meu filho não morreu por sorte", disse Oliveira.
Na Pirueta Festas e Eventos, uma mulher que afirmou
ser responsável pela empresa disse ontem que, por
orientação de seu advogado,
não daria informações.
A Folha contatou ontem
seis casas de festas infantis
da cidade de São Paulo. Nenhuma tinha o brinquedo.
"Nos EUA, as crianças precisam usar capacete nesse
brinquedo", diz Alessandra
Françoia, coordenadora da
ONG Criança Segura.
No Brasil, a venda de brinquedos requer apenas do
atestado de um engenheiro.
A Associação Brasileira de
Normas Técnicas discute a
criação de regras.
Colaborou RICARDO WESTIN
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