São Paulo, terça-feira, 31 de agosto de 2010

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Acidente em brinquedo leva garoto à UTI em Recife

Gustavo, 9, sofreu traumatismo craniano ao cair de simulador de gravidade

Estado da criança, com 3 coágulos no cérebro, é estável, mas não há previsão de alta; casa de festas foi interditada

JOÃO PAULO GONDIM
DE SÃO PAULO

Um garoto de nove anos sofreu traumatismo craniano ao cair de um brinquedo em um aniversário. O acidente ocorreu no sábado em uma casa de festas infantis de Recife. Internado na UTI, seu quadro é estável.
Gustavo Gomes de Oliveira estava em um simulador de gravidade, em que o corpo é fixado num aparelho que gira. Pouco antes, seu irmão de dez anos usara o brinquedo.
Na vez de Gustavo, os cintos que seguravam mãos e cintura se soltaram. Preso só pelos pés, ele bateu a cabeça na parede e duas vezes no chão. Inconsciente, despertou a caminho do hospital.
"Ele vomitava e dizia: "Pai, não me deixe morrer'", contou o químico Ricardo Gomes de Oliveira, 50.
Para o pai, a prestação de socorro pela casa foi "muito precária". "Não havia equipamentos, como maca, nem pessoal que soubesse como agir na hora do acidente."
Disse que processará a casa e o fabricante do aparelho. O local foi interditado.
Uma perícia deve ser feita hoje. O operador do brinquedo e os donos da casa devem depor nesta semana. "Vamos investigar se ocorreu falha do operador ou falha mecânica do aparelho", disse a delegada Kelly Luna.
Consciente, Gustavo está na UTI de um hospital privado de Recife; não corre risco de morrer. Seu quadro é estável, sem previsão de alta.
Ele tem três coágulos no cérebro. "Os médicos disseram que meu filho não morreu por sorte", disse Oliveira.
Na Pirueta Festas e Eventos, uma mulher que afirmou ser responsável pela empresa disse ontem que, por orientação de seu advogado, não daria informações.
A Folha contatou ontem seis casas de festas infantis da cidade de São Paulo. Nenhuma tinha o brinquedo. "Nos EUA, as crianças precisam usar capacete nesse brinquedo", diz Alessandra Françoia, coordenadora da ONG Criança Segura.
No Brasil, a venda de brinquedos requer apenas do atestado de um engenheiro.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas discute a criação de regras.


Colaborou RICARDO WESTIN


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