|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VIOLÊNCIA
Crime foi ontem em Euclides da Cunha Paulista (SP); entre os mortos estão seis crianças, com idades entre 2 e 12 anos
Lavrador mata sete da família e se suicida
EDMILSON ZANETTI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
Um trabalhador rural matou a
marretadas seis crianças -com
idades entre 2 e 12 anos- e a mulher, ateou fogo na casa, com todos dentro, e depois se enforcou.
Duas crianças eram filhas do casal. As outras quatro eram enteadas do lavrador. Para a polícia, o
provável motivo é ciúmes.
O crime aconteceu ontem de
madrugada em Euclides da Cunha Paulista, município com pouco mais de 10 mil habitantes no
Pontal do Paranapanema, no extremo oeste do Estado de São
Paulo.
O corpo de José Valdir de Oliveira, 52, foi encontrado pendurado em uma árvore. O rosto, os
braços e a roupa estavam chamuscados, o que levou a polícia a
suspeitar que ele matara a família
antes de se enforcar.
Na casa de três cômodos, incendiada, a polícia encontrou uma
marreta. A perícia concluiu que
todos sofreram traumatismo craniencefálico, a causa das mortes,
antes de serem queimados.
Corpos carbonizados
Os sete corpos, carbonizados,
foram encontrados juntos no único dormitório da casa.
As vítimas são: Rosalina Gregório da Silva, 30, mulher do lavrador, Elisângela da Silva, 12, Solange da Silva, 10, Cristiane da Silva
Batista, 8, Jaqueline da Silva, 6, José Valdir da Silva de Oliveira, 4, e
Patrícia Oliveira da Silva, 2.
As duas crianças mais novas
eram filhas do casal. As outras
quatro eram de outro casamento
de Rosalina.
O delegado Edmar Trindade
Nagai, 32, tomou depoimento de
amigos para confirmar a hipótese
de crime passional.
A Agência Folha apurou, com
vizinhos e parentes, que "José
Benzedor", como o lavrador era
conhecido na cidade, costumava
dizer que "qualquer dia" passaria
uma corrente em volta da casa e
colocaria fogo. E ria em seguida.
Como era brincalhão, nunca foi
levado a sério.
Briga
O casal brigava constantemente,
segundo amigos. Oliveira tinha
ciúmes doentio da mulher. Achava que ela o traía. No sábado à
noite, ela foi a um baile sozinha,
motivo de mais uma briga, provável estopim da tragédia.
Segundo um amigo, no domingo à noite José Benzedor foi a um
bar próximo de casa, na Vila Ferreira, comprou seis doces e uma
garrafa de guaraná e disse que iria
fazer "uma longa viagem". Antes,
tinha comprado gasolina de um
vizinho.
Os corpos foram enterrados no
início da tarde de ontem.
Texto Anterior: Parceria entre governo estadual e federal cria centro de referência para a criança Próximo Texto: Pai e três filhos são assassinados em sítio no Rio Grande do Sul Índice
|