São Paulo, terça-feira, 31 de outubro de 2000

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VIOLÊNCIA
Crime foi ontem em Euclides da Cunha Paulista (SP); entre os mortos estão seis crianças, com idades entre 2 e 12 anos
Lavrador mata sete da família e se suicida

EDMILSON ZANETTI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

Um trabalhador rural matou a marretadas seis crianças -com idades entre 2 e 12 anos- e a mulher, ateou fogo na casa, com todos dentro, e depois se enforcou. Duas crianças eram filhas do casal. As outras quatro eram enteadas do lavrador. Para a polícia, o provável motivo é ciúmes.
O crime aconteceu ontem de madrugada em Euclides da Cunha Paulista, município com pouco mais de 10 mil habitantes no Pontal do Paranapanema, no extremo oeste do Estado de São Paulo.
O corpo de José Valdir de Oliveira, 52, foi encontrado pendurado em uma árvore. O rosto, os braços e a roupa estavam chamuscados, o que levou a polícia a suspeitar que ele matara a família antes de se enforcar.
Na casa de três cômodos, incendiada, a polícia encontrou uma marreta. A perícia concluiu que todos sofreram traumatismo craniencefálico, a causa das mortes, antes de serem queimados.

Corpos carbonizados
Os sete corpos, carbonizados, foram encontrados juntos no único dormitório da casa.
As vítimas são: Rosalina Gregório da Silva, 30, mulher do lavrador, Elisângela da Silva, 12, Solange da Silva, 10, Cristiane da Silva Batista, 8, Jaqueline da Silva, 6, José Valdir da Silva de Oliveira, 4, e Patrícia Oliveira da Silva, 2.
As duas crianças mais novas eram filhas do casal. As outras quatro eram de outro casamento de Rosalina.
O delegado Edmar Trindade Nagai, 32, tomou depoimento de amigos para confirmar a hipótese de crime passional.
A Agência Folha apurou, com vizinhos e parentes, que "José Benzedor", como o lavrador era conhecido na cidade, costumava dizer que "qualquer dia" passaria uma corrente em volta da casa e colocaria fogo. E ria em seguida. Como era brincalhão, nunca foi levado a sério.

Briga
O casal brigava constantemente, segundo amigos. Oliveira tinha ciúmes doentio da mulher. Achava que ela o traía. No sábado à noite, ela foi a um baile sozinha, motivo de mais uma briga, provável estopim da tragédia.
Segundo um amigo, no domingo à noite José Benzedor foi a um bar próximo de casa, na Vila Ferreira, comprou seis doces e uma garrafa de guaraná e disse que iria fazer "uma longa viagem". Antes, tinha comprado gasolina de um vizinho.
Os corpos foram enterrados no início da tarde de ontem.


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