São Paulo, terça-feira, 31 de outubro de 2006

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Internação de delegado preso é investigada

Procuradoria apura qual a situação clínica de André Di Rissio, que foi para o hospital logo depois de ter prisão decretada

Ex-presidente da associação dos delegados é acusado, entre outras coisas, de contrabando, corrupção ativa e falsidade ideológica


ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

A Procuradoria da República em Campinas (95 km de São Paulo) quer saber quais são exatamente as condições clínicas do delegado André Luiz Martins Di Rissio Barbosa que, há quase dez dias, está internado no 12º andar do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, no Paraíso (zona sul de São Paulo).
Por ordem da Justiça Federal, no último dia 19, quando prestava depoimento na Corregedoria da Polícia Civil -sob suspeita de integrar uma quadrilha que mantinha um esquema ilegal de liberação de mercadorias importadas no aeroporto de Viracopos, em Campinas-, Di Rissio foi preso acusado de falsidade ideológica, uso de documentos falsos, descaminho, contrabando e corrupção ativa.
Ex-presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, Di Rissio já havia sido preso em junho e denunciado por crime contra o sistema financeiro. Por meio de uma carta à associação, o delegado já negou acusações feitas.

Curiosa
De acordo com o procurador da República em Campinas Gilberto Guimarães Ferraz Júnior, responsável pela investigação contra Di Rissio, a internação dele "é curiosa", "pois aconteceu logo após a sua segunda prisão."
Preocupado em descobrir porque Di Rissio está internado "em observação" há quase dez dias no hospital Oswaldo Cruz e não no presídio da Polícia Civil, o procurador pediu ao Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) que examine o prontuário médico do delegado para determinar se a internação se faz necessária ou não.
Ontem, a Folha esteve no hospital para falar com Di Rissio, mas, de acordo com sua mulher, Milena, o delegado estava sedado.
"Ele tem pressão alta e está doente mesmo", afirmou Milena. O advogado de Di Rissio, Antônio Mariz de Oliveira, foi procurado em seu escritório e não foi encontrado. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo informou que Di Rissio "está hospitalizado, sob escolta policial, para tratamento de enfermidade."


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