São Paulo, quarta-feira, 31 de outubro de 2007

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outro lado

Sabesp nega privilégio a deputado em cessão de área

Em nota, a empresa informa que segue normas que são válidas para todos

DA REPORTAGEM LOCAL

A Sabesp defende as cessões de áreas por comodato realizadas nos anos anteriores e nega ter havido qualquer favorecimento ao deputado estadual Celino Cardoso (PSDB).
A estatal, por meio de sua assessoria de imprensa, enviou nota dizendo que os terrenos cedidos a particulares no entorno da represa do sistema Cantareira seguem "um conjunto de regras que valem para todos", não havendo nenhuma hipótese "de favorecimento nem de discriminação".
Segundo a Sabesp, existem 1.411 processos de cessão de área em regime de comodato no sistema, sendo que 15 "em empreendimentos turísticos ou comerciais", nos mesmos moldes do deputado. Não citou os nomes das empresas ou das pessoas beneficiadas.
A empresa não comentou detalhes de relatórios obtidos pela Folha, que diziam haver irregularidades e citando ordens "superiores" para não formalizar termos de degradação ambiental por parte de Cardoso.
Ela se limitou a dizer que, desde 2000, a área no entorno do hotel já sofreu 28 inspeções -a última das quais em 26 de outubro deste ano, após ser procurada pela reportagem.
A nota diz que "quando constatado algum problema", Cardoso "foi obrigado a saná-lo". "Todas as pendências apontadas por técnicos da Sabesp ao longo dos anos, nessas 28 inspeções, foram corrigidas", diz a estatal, para quem a situação demonstra funcionamento regular e louvável do mecanismo.
A Sabesp defende a cessão de áreas em torno de suas represas sob a justificativa de que é "um esforço de preservação ambiental, uma vez que evita a ocupação desordenada, as invasões e degradações".
Ela afirma que a medida inclusive traz "lucro" para a companhia, porque os proprietários dos terrenos lindeiros são obrigados a fazer controle de erosão, replantio de árvores e ações de vigilância, exigências que foram feitas ao deputado.
A estatal afirma, porém, que em 2007 não houve nenhuma renovação de cessão de áreas em comodato porque ela está "redefinindo a sua orientação".
O ex-governador Geraldo Alckmin foi contatado pela Folha anteontem, mas não respondeu até ontem à noite.
A Secretaria do Meio Ambiente informou que Cardoso obteve pareceres favoráveis para seu hotel. Disse que, durante uma das fiscalizações, foi constatado um imóvel em área de uso não permitido, tendo sido lavrado um auto de demolição.


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