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outro lado
Sabesp nega privilégio a deputado em cessão de área
Em nota, a empresa informa que segue normas que são válidas para todos
DA REPORTAGEM LOCAL
A Sabesp defende as cessões
de áreas por comodato realizadas nos anos anteriores e nega
ter havido qualquer favorecimento ao deputado estadual
Celino Cardoso (PSDB).
A estatal, por meio de sua assessoria de imprensa, enviou
nota dizendo que os terrenos
cedidos a particulares no entorno da represa do sistema
Cantareira seguem "um conjunto de regras que valem para
todos", não havendo nenhuma
hipótese "de favorecimento
nem de discriminação".
Segundo a Sabesp, existem
1.411 processos de cessão de
área em regime de comodato
no sistema, sendo que 15 "em
empreendimentos turísticos
ou comerciais", nos mesmos
moldes do deputado. Não citou
os nomes das empresas ou das
pessoas beneficiadas.
A empresa não comentou detalhes de relatórios obtidos pela Folha, que diziam haver irregularidades e citando ordens
"superiores" para não formalizar termos de degradação ambiental por parte de Cardoso.
Ela se limitou a dizer que,
desde 2000, a área no entorno
do hotel já sofreu 28 inspeções
-a última das quais em 26 de
outubro deste ano, após ser
procurada pela reportagem.
A nota diz que "quando constatado algum problema", Cardoso "foi obrigado a saná-lo".
"Todas as pendências apontadas por técnicos da Sabesp ao
longo dos anos, nessas 28 inspeções, foram corrigidas", diz a
estatal, para quem a situação
demonstra funcionamento regular e louvável do mecanismo.
A Sabesp defende a cessão de
áreas em torno de suas represas sob a justificativa de que é
"um esforço de preservação
ambiental, uma vez que evita a
ocupação desordenada, as invasões e degradações".
Ela afirma que a medida inclusive traz "lucro" para a companhia, porque os proprietários dos terrenos lindeiros são
obrigados a fazer controle de
erosão, replantio de árvores e
ações de vigilância, exigências
que foram feitas ao deputado.
A estatal afirma, porém, que
em 2007 não houve nenhuma
renovação de cessão de áreas
em comodato porque ela está
"redefinindo a sua orientação".
O ex-governador Geraldo
Alckmin foi contatado pela Folha anteontem, mas não respondeu até ontem à noite.
A Secretaria do Meio Ambiente informou que Cardoso
obteve pareceres favoráveis para seu hotel. Disse que, durante
uma das fiscalizações, foi constatado um imóvel em área de
uso não permitido, tendo sido
lavrado um auto de demolição.
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