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Hélio Cherubini, o legista obstetra
WILLIAN VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Durante mais de vinte
anos ele entrou na sala de aula com o rosto sério e os slides debaixo do braço -com
fotos de cadáveres que ele
costumava "deixar a meia cova para estudar".
Material precioso, que o
professor e médico legista
Hélio Cherubini escondia
em casa, não se sabe onde. À
família, sobravam histórias
sobre os crimes, que ele contava com naturalidade, sempre que estivessem reunidos.
Professor de medicina legal entre 1970 e 1992 em São
José do Rio Preto (SP), Cherubini cuidava tanto dos
mortos quanto dos vivos. Um
dos fundadores do pronto
socorro municipal, do qual
foi diretor por quatro anos,
foi ainda chefe de obstetrícia
e diretor clínico da Santa Casa de Misericórdia da cidade.
Obstetra desde 1951, virou
médico-legista anos depois
-função que exerceu em paralelo com a obstetrícia. Adorava dizer que cuidava sozinho dos mortos "da barranca do rio em Santa Fé do Sul até
Santa Adélia", em São Paulo.
Cherubini tinha três filhas,
sete netos e dois genros
-ambos legistas. Ele morreu
sábado no hospital, de broncopneumonia, aos 82 anos.
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