São Paulo, quarta-feira, 31 de outubro de 2007

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Hélio Cherubini, o legista obstetra

WILLIAN VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Durante mais de vinte anos ele entrou na sala de aula com o rosto sério e os slides debaixo do braço -com fotos de cadáveres que ele costumava "deixar a meia cova para estudar".
Material precioso, que o professor e médico legista Hélio Cherubini escondia em casa, não se sabe onde. À família, sobravam histórias sobre os crimes, que ele contava com naturalidade, sempre que estivessem reunidos.
Professor de medicina legal entre 1970 e 1992 em São José do Rio Preto (SP), Cherubini cuidava tanto dos mortos quanto dos vivos. Um dos fundadores do pronto socorro municipal, do qual foi diretor por quatro anos, foi ainda chefe de obstetrícia e diretor clínico da Santa Casa de Misericórdia da cidade.
Obstetra desde 1951, virou médico-legista anos depois -função que exerceu em paralelo com a obstetrícia. Adorava dizer que cuidava sozinho dos mortos "da barranca do rio em Santa Fé do Sul até Santa Adélia", em São Paulo.
Cherubini tinha três filhas, sete netos e dois genros -ambos legistas. Ele morreu sábado no hospital, de broncopneumonia, aos 82 anos.


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