Segundo a Defesa Civil, falha foi estrutural; dono de oficina conseguiu alertar moradores

LUIZA SOUTO
CIRILO JUNIOR
DO RIO

Duas meninas de seis e oito anos e duas mulheres morreram ontem de manhã no desabamento de um prédio de três andares na Cidade Nova, centro do Rio.
Outras 12 pessoas ficaram feridas e foram levadas para o hospital Souza Aguiar. Até a conclusão desta edição, havia uma pessoa internada.
Três corpos foram achados pelos bombeiros logo após o acidente: Stephany Oliveira da Silva, 6, Taís Damasceno Oliveira, 8, e uma mulher de cerca de 50 anos que, segundo os vizinhos, se chamava Iara Moreira Marques.
A quarta vítima, Antonia Sátiro Soares, 46, que havia voltado ao prédio para buscar documentos pouco antes de ele cair, foi encontrada morta por volta das 15h.
Moradores relataram ter ouvido estalos pouco antes da queda. Duas casas foram atingidas por destroços e parcialmente destruídas.
De acordo com o secretário estadual de Defesa Civil, Sérgio Cortes, "o problema foi estrutural". Já segundo o sub-secretário de Defesa Civil do município, coronel Sérgio Simões, o prédio não havia sido vistoriado anteriormente. "Não houve solicitação."
Prédios e casas ao redor foram interditados e seus moradores retirados, para que peritos avaliassem o risco de novos desabamentos.
No terreno que fica nos fundos do imóvel, antigo e mal conservado, está sendo construído um prédio. Segundo os moradores, desde o início da obra, há um mês, eles começaram a sentir tremores nos apartamentos.
O desabamento aconteceu pouco antes das 7h. Ao chegar para abrir sua oficina mecânica, que funcionava no térreo, Luís Otávio da Silva viu que uma das paredes havia desabado parcialmente. Nas outras, viu rachaduras.
"Resolvi bater na porta de todo mundo e pedir para que saíssem", contou. Aparecida Lopes, 79, disse que só escapou graças ao aviso. Ela fazia café quando o dono da oficina bateu em sua porta.


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