|
Próximo Texto | Índice
Rotas para o litoral têm 23 pedágios a mais
Com ampliação do programa de concessão de rodovias em SP, turista pagará mais neste verão em 10 de 12 dos principais trajetos
A maior variação verificada foi no trajeto entre as cidades de Campinas e Caraguatatuba, que custará 70% a mais neste verão
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS
CAMPOS
Os paulistas que pretendem
viajar de carro em direção ao litoral do Estado para aproveitar
o verão vão ter de preparar,
além das malas, os bolsos.
Com o programa de concessão de rodovias promovido pela
administração José Serra
(PSDB), foram criadas, apenas
neste ano, ao menos mais 23
praças de pedágio. Além disso,
em julho passado o valor das tarifas cobradas pelas concessionárias foi reajustado.
A Folha simulou 12 trajetos
em direção ao litoral do Estado
partindo de seis cidades paulistas (São Paulo, Ribeirão Preto,
Presidente Prudente, São José
do Rio Preto, Bauru e Campinas). E calculou a despesa que o
motorista vai ter com pedágio
-em dez trajetos o custo aumentou em relação ao verão
passado; em dois, caiu.
A maior variação verificada
foi no trajeto entre Campinas
(95 km de São Paulo) e Caraguatatuba. Com a concessão da
rodovia D. Pedro 1º e a criação
de três novas praças de pedágio, o custo da viagem saltou
70%: de R$ 24,60 para 41,80.
A reportagem verificou também que, em alguns casos, a
despesa da viagem para o litoral, ida e volta, pode superar 1/
3 de um salário mínimo (R$
465). É o que ocorre com o turista que mora na cidade de
Presidente Prudente (565 km a
oeste de São Paulo).
Para chegar a Santos e depois
voltar para casa, num trajeto
total de 1.258 km, ele pode ter
de desembolsar até R$ 156,60
em pedágio, dependendo das
rodovias que acessar.
No verão passado, o mesmo
turista pagou bem menos: R$
104. A diferença se deve à concessão de rodovias como a Raposo Tavares e ao início da operação de mais sete praças de
cobrança na região.
Em alguns trechos, entretanto, os motoristas vão desembolsar menos em relação a
2008. A viagem entre São Paulo e Caraguatatuba caiu 40,2%
após a concessão das rodovias
Ayrton Senna/Carvalho Pinto,
de R$ 22,10 para R$ 13,20.
Os pedágios paulistas são
reajustados ou pelo IGPM ou
pelo IPCA, dependendo do
contrato. Em 2009, o IGPM fechou em -1,72%. Já o IPCA ainda não fechou; a estimativa é
que fique em +4,3%.
Protesto
No interior paulista, empresários, moradores e políticos
formaram um comitê popular
contra os pedágios -que organiza abaixo-assinados, carreatas e bloqueio de estradas.
Na semana passada, por
exemplo, cerca de 300 veículos
participaram de uma carreata
contra pedágios nas cidades de
Paulínia e de Cosmópolis, na
região de Campinas.
O presidente da Associação
Comercial e Industrial de Paulínia, Wilson Machado, que
também é um dos coordenadores do comitê antipedágio, disse que alguns empresários já falam em deixar a cidade por causa de três novas praças que começaram a funcionar recentemente em estradas nas proximidades do município.
"Essa taxação excessiva dos
pedágios reflete também no
bolso do cidadão que não tem
automóvel, pois essas cobranças influenciam no preço do
transporte dos alimentos", diz.
O governo paulista diz que
não considera alto o custo dos
pedágios nas estradas.
Afirma também que a tarifa é
o principal recurso para ampliar e modernizar a malha rodoviária, ressaltando que, a
prova do sucesso do modelo
paulista é o fato de que 15 rodovias do Estado figuram nas lista
das melhores do país.
Próximo Texto: Movimento nas estradas de SP deve continuar intenso hoje Índice
|