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Juiz nega volta de índios a terreno no Rio

Índios vão à Justiça para retornar à 'aldeia Maracanã', que era ocupada por eles desde 2006, mas juiz alega perigo

Nova aldeia depende de licitação, mas projeto ainda não existe; parte do grupo indígena foi alocado em contêineres

VENCESLAU BORLINA DO RIO DAMARIS GIULIANA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO

Depois de ser retirado de um terreno situado ao lado do estádio do Maracanã, que ocupava desde 2006, na última sexta-feira, um grupo de índios se dividiu sobre qual destino deve tomar agora.

Parte dos índios, muitos da etnia guajajara, buscou ontem ajuda da Justiça Federal para voltar ao terreno.

Os indígenas ficaram reunidos durante quase dez horas em uma audiência com representantes da Funai (Fundação Nacional do Índio) e do Ministério Público Federal em busca de uma solução.

Eles saíram do prédio da Justiça Federal pouco antes das 18h, dizendo que iriam procurar abrigo por conta própria.

"Estamos discutindo um centro histórico de 150 anos, e não uma hospedagem em hotel", diz a índia Marcia Guajajara. Alguns deles acusavam a Funai de não tê-los defendido na disputa pelo direito de uso do terreno.

"Não é sempre que há uma questão indígena que a Funai tem que interferir", disse Paulo Celso de Oliveira, representante da fundação na reunião.

Manifestantes que estavam em frente ao prédio da Justiça Federal tentaram impedir uma equipe da TV Globo de entrevistar os índios logo após o final da audiência.

Eles cobriram as lentes da câmera usada pela equipe com panfletos, deram chutes e cuspiram no carro da emissora. A equipe deixou o local.

OCUPAÇÃO

No sábado à noite, cerca de 20 índios e outros 40 manifestantes ocuparam o prédio do atual Museu do Índio, no bairro de Botafogo, na zona sul do Rio, de onde saíram ontem pela manhã após longa negociação com policiais que cercaram o imóvel.

Na Justiça, os indígenas pediram ao juiz Wilson José Witzel autorização para voltar para o terreno ao lado do estádio do Maracanã.

Após visitar o local, o juiz negou o pedido. "O lugar é um canteiro de obras, com sérios riscos, inclusive para as crianças", disse.

JACAREPAGUÁ

Outros 13 índios aceitaram a proposta do governo estadual e foram para um alojamento provisório em Jacarepaguá, na zona oeste, onde ocupam seis contêineres.

Os índios chegaram por volta das 11h. Uma hora depois, uma forte chuva alagou o local. Usando rodos, eles tentavam retirar a água que ficou acumulada.

"Estamos satisfeitos porque será temporário", disse a índia Vãngri Kaingang.

O projeto de uma nova aldeia depende de licitação e ainda não foi feito, segundo Zaqueu Teixeira. secretário de Estado da Assistência Social e Direitos Humanos. "Esperamos entregar antes [do prazo de 18 meses]", disse.

Para as defensorias públicas da União e estadual, houve abuso policial durante a desocupação.


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