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'Não me lembro', diz promotor, que tinha 13 anos na época do massacre

Márcio Friggi foi um dos responsáveis por condenação de PMs

LEANDRO MACHADO DE SÃO PAULO

Márcio Friggi, um dos responsáveis pela condenação de 23 PMs a 156 anos de prisão cada um pelo massacre do Carandiru, tinha apenas 13 anos em 2 de outubro de 1992.

"Não me lembro pontualmente. Um menino dessa idade está pensando em outras coisas", diz o promotor, sobre suas recordações do episódio que deixou 111 presos mortos. Friggi morava em São José do Campos (a 97 km de SP), onde nasceu e viveu até os 18 anos.

Formou-se em Franca e veio para São Paulo. Tornou-se promotor porque queria atuar no Tribunal do Júri.

Em dez anos no Ministério Público, atuou também em outro caso famoso, o julgamento dos acusados de matar o prefeito Celso Daniel (PT), de Santo André (Grande SP) --três réus foram condenados.

No júri do Carandiru, Friggi, 34, com uma explanação mais emotiva, foi decisivo para convencer os sete jurados, segundo avaliação de muitos presentes. Ele discorda. "É um jogo de equipe em que as falas se complementam", diz.

O promotor titular era Fernando Pereira da Silva, que falou primeiro e se concentrou-se em detalhes da investigação.

Já Friggi, ao longo de duas horas, tentou emocionar os jurados. Exibiu um trecho do filme "Carandiru" e citou a letra de "Haiti", de Caetano e Gil, ao apresentar dados de que "pretos e pobres" são a maioria das vítimas da Rota (tropa de elite da PM).

Em seu discurso, confrontou os perfis dos mortos com os dos réus. Afirmou que muitos dos presos já tinham direito à liberdade, eram pais de família e réus primários.

Sobre os PMs, mostrou que, em sua maioria, eram acusados de outras mortes.


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