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Bando faz arrastão em edifício nos Jardins
Cinco dos dez apartamentos foram invadidos; ladrões sabiam nomes de moradores e usaram controle clonado da garagem
Parte dos dez ladrões usava terno e gravata; vítima afirma que teve levadas joias avaliadas em R$ 1,5 milhão
Moradores de um prédio no Jardim Paulista, bairro nobre da zona oeste de São Paulo, ficaram uma hora sob a mira de pistolas e fuzis ontem de manhã, no sexto arrastão a condomínios do ano na cidade.
Ao todo, cinco dos dez apartamentos foram invadidos e 15 pessoas foram feitas reféns. Parte do bando de dez ladrões vestia terno e gravata.
A quadrilha entrou no prédio, na alameda Lorena, usando um controle de garagem clonado. Eram 7h30 quando o primeiro veículo entrou no local, com cinco bandidos. O carro, um BMW, era similar ao de um morador.
Depois que o porteiro e um motorista foram rendidos, o segundo carro, um Peugeot, surgiu com mais cinco ladrões.
A quadrilha dominou moradores que desciam pelo elevador e os trancou na sala onde ficam os medidores de energia elétrica.
Conforme a investigação policial, o foco dos criminosos eram dois moradores: um que vive na cobertura e outro, no terceiro andar. Os ladrões sabiam seus nomes e sua rotina. Até que um deles tinha um carro blindado.
Uma vítima disse à Folha que teve levadas joias avaliadas em R$ 1,5 milhão. Segundo a polícia, porém, as vítimas só registraram a perda de pertences, sem citar valor exato.
"Às vezes, a joia tem um valor sentimental maior do que o comercial. Vamos apurar quanto foi levado", disse o delegado Mauro Fachini.
Das dez unidades do prédio, o bando tentou invadir seis. Não conseguiu entrar em apenas uma, pois o acesso é feito por meio de identificação de digitais.
SEGURANÇA
Apartamentos nesse condomínio são avaliados em aproximadamente R$ 1,5 milhão.
O prédio foi construído há 28 anos e não tem câmeras de vigilância nem cerca elétrica. A polícia diz que essa falha na segurança influenciou em sua escolha como alvo.
O mesmo bando é investigado por mais dois arrastões nos Jardins --em ambos o sistema de segurança era frágil.
Dois dos criminosos foram identificados por meio de fotos que estão no banco de dados do Deic (departamento policial que investiga o crime organizado).
Até as 20h30 de ontem, ninguém havia sido preso.
HELICÓPTEROS
Em outro caso, no final da manhã, um furto a uma residência em Pinheiros, também na zona oeste, mobilizou dois helicópteros e ao menos dez carros da PM.
O crime foi na rua Iraci. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, duas empregadas da casa perceberam a ausência de um computador em um dos cômodos, que estava revirado, e se esconderam no banheiro, acreditando que os ladrões ainda estivessem na residência.
A polícia foi chamada. A rua foi fechada e os helicópteros começaram a sobrevoar a casa. Segundo os vizinhos, havia a suspeita de que os moradores tivessem sido feitos reféns, o que não foi confirmado. Os moradores não quiseram falar com a Folha. Ninguém foi preso.