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Contra gripe, pai-nosso de mão dada é vetado

Santuário de Aparecida e dioceses do interior suspendem abraço entre fiéis e outros rituais para não propagar vírus H1N1

Outra orientação dada aos padres é não colocar a hóstia na boca para evitar contato com saliva na comunhão

LUIS FERNANDO WILTEMBURG ENVIADO ESPECIAL A FRANCA

O receio de transmissão da gripe H1N1 levou dioceses do interior paulista a mudar rituais na liturgia católica.

Enquanto o frio persistir, o clero manterá suspenso o abraço da paz de Cristo, a oração do pai-nosso feita de mãos dadas e a entrega da hóstia na boca em algumas cidades como Aparecida, Taubaté e Franca.

Em São Paulo, as medidas não foram adotadas.

O Estado concentra 90% das mortes por H1N1 do país --55 dos 61 óbitos. O vírus é transmitido pela saliva e secreções e é mais frequente nos períodos de frio.

No Santuário Nacional de Aparecida (a 180 km de São Paulo), que recebe até 200 mil romeiros por fim de semana, as orientações são dadas antes das missas e passaram a ser adotadas desde o dia 21.

"O santuário é um pouco mais abafado e recebe gente do Brasil todo, inclusive de locais com ocorrência mais frequente de H1N1", disse o prefeito do santuário, João Batista de Viveiros.

A maior preocupação, porém, é a entrega da hóstia na boca. Evitar o contato da mão do padre com a saliva de várias pessoas é prioridade.

OFERTÓRIO

Apesar da aceitação das regras, Viveiros conta que já houve o caso de uma religiosa que expôs um vídeo na internet em protesto.

Em Taubaté (a 140 km de São Paulo), até o ofertório --quando o pão e o vinho são levados em procissão ao altar--, foi suspenso. A cidade confirmou nesta semana a quarta morte por gripe H1N1.

Na diocese da cidade, o monsenhor Irineu Batista da Silva disse que agora o ofertório fica no altar. Os folhetos que auxiliam os fiéis a acompanhar as diversas missas do dia foram suspensos.

A mesma situação ocorre em Franca (a 400 km de São Paulo), que confirmou o primeiro caso de H1N1 anteontem. A mudança divide fiéis. Andréa Randi Nascimento concorda. "O que sinto pelo próximo é de coração e não precisa do gesto", afirmou.

A aposentada Maria Antonio Bahia, 67, discorda. "Quando se tem fé, nenhuma enfermidade te pega."


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