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Morre dentista que foi queimado no interior
Uma semana após o caso, polícia diz que ainda não encontrou evidências de latrocínio
O dentista Alexandre Peçanha Gaddy, 41, queimado em seu consultório em São José dos Campos (SP), morreu anteontem no hospital Albert Einstein, na capital paulista. Ele estava internado em estado grave desde 27 de maio.
O corpo foi sepultado ontem no cemitério do Morumbi, zona oeste de São Paulo.
"Queremos justiça para que outras famílias não tenham de passar por isso", disse a irmã dele, Christianne Gaddy, 40.
Duas pessoas que socorreram o dentista após escutar seus gritos disseram à polícia ter ouvido dele que dois homens encapuzados entraram no consultório para roubar.
Uma semana após o caso, a polícia ainda não achou evidências de latrocínio (roubo seguido de morte).
Essa linha de investigação foi mantida, mas evidências encontradas contrariam o padrão desse tipo de crime.
As hipóteses de crime passional ou vingança também parecem menos prováveis para os investigadores. A apuração mostrou que Gaddy tinha uma vida tranquila e se divorciou amigavelmente.
A Folha apurou que, além da hipótese de latrocínio, a polícia investiga um possível suicídio. Também é investigada a informação de que Gaddy fez um seguro de vida recentemente em nome de seus dois filhos.
Segundo a polícia, não há testemunhas e não havia sinais de arrombamento. O fio de computador que envolvia o corpo do dentista não tinha um nó, mas um laço.
Nada foi levado do local --havia R$ 100 e cartões de banco na carteira do dentista, mas ela foi queimada.
As câmeras do Centro de Operações Integrado, da prefeitura, não captaram suspeitos. Uma delas, distante, apontava para o consultório. Impressões digitais coletadas no fax passarão por análise de peritos.