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Polícia do Rio já conhecia vídeo de perseguição

Imagens da morte do traficante Matemático foram mostradas à cúpula da Segurança há um ano

MARCO ANTÔNIO MARTINS DIANA BRITO DO RIO

A cúpula da Segurança Pública do Rio de Janeiro tinha conhecimento das imagens da perseguição ao traficante Márcio José Sabino, o Matemático, desde o dia 12 de maio do ano passado.

A perseguição pelas ruas de um subúrbio carioca terminou com a morte do traficante, atingido por disparos feitos do mesmo helicóptero da Polícia Civil que registrou as imagens.

Um ano depois, as imagens, exibidas pelo programa "Fantástico", da Rede Globo, causaram polêmica. Integrantes da polícia demonstraram surpresa com a violência da ação.

A Corregedoria da Polícia Civil abriu inquérito para apurar o caso, o piloto do helicóptero foi afastado de suas funções e a chefia da Polícia Civil deu prazo para estabelecer regras de análise, monitoramento e divulgação de imagens que, segundo o órgão, não existiam.

A Folha confirmou, com quatro servidores públicos, a realização de reunião no ano passado. Três deles participaram do encontro, na sede da Polícia Federal, no qual as imagens foram apresentadas pela primeira vez a representantes das polícias Civil, Militar e Federal.

O encontro aconteceu minutos antes de as autoridades receberem jornalistas para entrevista sobre a morte de Matemático.

Dele participaram dois delegados federais, um coronel da PM, uma promotora, o piloto Adonis Oliveira e o subchefe de Polícia Civil, Fernando Veloso. A avaliação do grupo foi de que a ação tinha sido bem-sucedida.

As imagens foram então levadas para a sede da Secretaria de Segurança Pública. Lá foi tomada a decisão de não divulgá-las porque o caso "mancharia a imagem do Rio às vésperas da Rio+20 [encontro de chefes de Estado ocorrido dois meses depois, em julho]", segundo um integrante da reunião ouvido pela Folha.

A assessoria do secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, não quis comentar o assunto.

O delegado Fernando Veloso confirmou ter visto as imagens no ano passado, mas o vídeo, de acordo com sua assessoria, "estava editado, sem áudio". A Folha tentou contato com o advogado Ary Bergher, que representa o piloto da aeronave, mas ele não respondeu as ligações.


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