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Governo é conservador, diz ex-chefe do setor anti-Aids

Dirceu Greco foi exonerado após campanha envolvendo prostitutas

Ministério da Saúde não se manifesta sobre as críticas; ontem, ex-diretor recebeu o apoio do movimento gay

DE BRASÍLIA

Exonerado de sua função no Ministério da Saúde dias após lançar nas redes sociais uma campanha de prevenção a doenças com foco nas prostitutas, Dirceu Greco classificou como "conservadora" a política do atual governo.

Greco enviou e-mail a colaboradores pouco antes de deixar a direção do departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do ministério.

Na mensagem, disse que a saída se devia a "discordâncias do ministério com a condução da política de direitos humanos e valorização de populações em situação de maior vulnerabilidade, que não coadunava com a política conservadora do governo".

O Ministério da Saúde disse que não se manifestaria.

SUSPENSÃO

Anteontem, o ministro Alexandre Padilha determinou a suspensão da ação, lançada no final de semana e composta de fotos com frases de impacto e um vídeo com o objetivo de reduzir o preconceito contra prostitutas e ampliar o uso do preservativo.

Uma das peças diz "Eu sou feliz sendo prostituta". Para Padilha, o ministério só deve divulgar ações que tenham conteúdo focado na prevenção --o que, para ele, não seria o caso dessa peça.

Ontem, Greco defendeu a divulgação. "Tem relação com a saúde, sim, faz parte da saúde mental a valorização [da mulher]. Sou [prostituta], tenho meu direito à felicidade e meu direito a ter direitos'", disse à Folha.

Essa não é a primeira vez que uma campanha lançada por Greco é suspensa pelo ministério --há pouco mais de um ano, Padilha vetou um vídeo voltado aos jovens gays.

O ex-diretor deve voltar a lecionar na Universidade Federal de Minas Gerais.

Os dois diretores logo abaixo de Greco colocaram seus cargos à disposição ontem.

Enquanto a campanha foi bombardeada por deputados evangélicos na terça, ontem Greco recebeu apoio dos gays.

"Estamos contigo. Queremos política de Estado. Triste ver tudo acontecer", afirmou Toni Reis, secretário de educação da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais).


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