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Protesto mais violento contra tarifa tem confrontos em série e vandalismo em SP

* MANIFESTANTES QUEIMAM ÔNIBUS E DEPREDAM BANCOS E METRÔ NO CENTRO * 20 SÃO DETIDOS

Grupo culpa violência da polícia e admite que perdeu controle; PM diz ter sido alvo de coquetéis molotov

DE SÃO PAULO

As ruas da região central de São Paulo viveram ontem um clima de guerra durante o mais violento protesto contra a alta da tarifa do transporte coletivo, que durou mais de cinco horas.

O ato resultou em uma série de confrontos entre manifestantes e policiais militares e em cenas de vandalismo de maior proporção do que nos dois protestos anteriores, na semana passada.

O dia terminou com saldo de 20 detidos, ônibus parcialmente incendiados, vitrines de lojas e de bancos quebradas e ao menos duas estações de metrô (Brigadeiro e Trianon-Masp) depredadas.

Os manifestantes lançaram pedras e paus contra a PM, que atirou balas de borracha, bombas de efeito moral e gás de pimenta. Segundo a polícia, grupos atiraram até coquetéis molotov.

A Folha presenciou a agressão contra um PM que tentava evitar que o prédio do Tribunal de Justiça fosse pichado. Cercado, ele apontou uma arma para os manifestantes.

O ato foi organizado pelo Movimento Passe Livre, que se diz apartidário. Mas contou com a participação de partidos políticos de esquerda e movimentos anarquistas.

O grupo se diz contrário à violência e admite que não conseguiu controlar os manifestantes. Em sua avaliação, o confronto foi resultado de uma "revolta popular" e da violência excessiva da PM.

A polícia estimou em mais de 5.000 os participantes. A prefeitura, por meio da Guarda Civil Metropolitana, afirmou serem 2.500.

O grupo protesta contra a alta de R$ 3 para R$ 3,20 nas passagens, mas tem como bandeira a adoção da gratuidade no transporte público.

A manifestação de ontem ocorreu sem a presença na cidade do prefeito Fernando Haddad (PT) e do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que monitoraram de Paris, onde apresentam a candidatura de São Paulo para a Expo 2020.

Eles não se pronunciaram.

PAZ E GUERRA

O ato de ontem começou na Paulista, às 17h, e seguiu pacificamente pela rua da Consolação em direção ao centro, bloqueando a via.

Depois, entrou no acesso à ligação Leste-Oeste, desrespeitando um acordo feito com a polícia para que o ato seguisse para a Câmara.

No trajeto, um rapaz que pichava uma mureta foi agredido por policiais e detido e o clima começou a esquentar.

O primeiro confronto foi no terminal Parque Dom Pedro 2º, quando o grupo furou o bloqueio policial. A Força Tática formou nova barreira e os policiais foram agredidos com pedras, paus e lixeiras. A PM revidou com bombas.

Outro grupo de manifestantes invadiu o terminal e pichou ônibus. A PM atirou mais bombas e passageiros correram desesperados.

Nas ruas do entorno da praça da Sé houve novos confrontos e as portas da estação chegaram a ser fechadas.

Um grupo voltou à Paulista e improvisou barricadas queimando lixo e placas com itinerários dos ônibus.

Também quebraram orelhões, lixeiras e as entradas das estações de metrô. A confusão só terminou às 22h30.

Um novo protesto está marcado para amanhã, no Theatro Municipal.


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