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Perfil dos detidos vai de Poá a Alphaville

Dos 19 manifestantes contra o aumento da tarifa detidos pela polícia na terça-feira, 13 continuavam presos ontem

Grupo inclui artista, metalúrgico, dois professores; apenas três se identificaram como estudantes

DE SÃO PAULO

De Alphaville, o enclave de classe média alta, a Pirituba, o bairro pobre da zona oeste. De Perdizes, a região de classe média na zona oeste, a Poá, a cidade operária nas franjas do ABC paulista.

São nesses locais nada homogêneos que moram 13 das 19 pessoas detidas anteontem nas manifestações contra o aumento das tarifas, de acordo com documentos da polícia obtidos pela Folha --as demais foram liberadas após serem ouvidas na delegacia.

Acusados de crime inafiançável (formação de quadrilha) ou com fianças a pagar (R$ 6.000 em dois casos e R$ 20 mil em outro), esses 13 detidos têm profissões também heterogêneas, contrariando o senso comum de que são todos estudantes.

Há jornalistas (dois), metalúrgico, professores (também dois), publicitário e artista. Os estudantes são apenas três dentre os 13.

O grupo foi preso em duas situações diferentes: 11 são acusados de depredar e atear fogo numa guarita da PM na região da avenida Paulista.

Os outros dois são apontados como agressores do PM Wanderlei Vignoli, que foi encurralado por manifestantes e escapou de ser linchado.

Dos clichês das manifestações anarquistas, a polícia só achou uma peça que já virou sinônimo de ação direta no mundo inteiro, usada pelo grupo Anonymous: a máscara do personagem de "V de Vingança", o filme baseado nas novelas gráficas de Alan Moore, considerado pelos jovens um marco anarquista.

Ela estava com Clodoaldo Almeida Silva, um publicitário de Diadema acusado de participar do ataque contra a guarita da PM.

Silva, aliás, carregava duas máscaras, segundo a polícia: a outra tinha proteção de filtro, para evitar o efeito das bombas de gás lacrimogêneo.

RESPONSABILIDADE

Representantes de partidos e entidades de esquerda divergem sobre a responsabilidade pela violência por parte de alguns manifestantes.

"Além dos punks e anarquistas, que têm uma metodologia de protestar com a qual não concordamos, há pessoas estranhas que agem jogando pedras", diz Helena Silvestre, do Luta Popular, movimento que defende ocupações urbanas.

José Maria de Almeida, do PSTU e da CSP-Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas), vai em outra linha. "A ação desses estudantes faz parte da vida de qualquer sociedade democrática, não responsabilizamos esses companheiros", diz.

O Partido da Causa Operária vai manifestar apoio aos protestos em seu programa eleitoral hoje à noite na TV. O PCO se alinha ao PSOL e ao PSTU, que participam abertamente do movimento.

A Juventude do PT também diz apoiar. Mas o partido teve sua sede depredada. Ontem, o PT afirmou que seus militantes podem participar, mas como iniciativa pessoal.

Há ainda o Levante Popular da Juventude, braço do MST. A UNE não comentou.

Apesar de os protestos serem convocados pelo Movimento Passe Livre, seus integrantes dizem que os atos violentos são praticados por participantes de alas radicais que não pertencem ao grupo.

"Há vários líderes e eles não se entendem nem entre eles. Dizem que tem pessoas lá que não são do movimento, mas a responsabilidade é deles", diz o tenente-coronel Marcelo Pignatari, da PM, sobre o Movimento Passe Livre.


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