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País em protesto

Ao menos 65 mil protestam nas ruas de São Paulo

Segundo Datafolha, 84% não têm preferência por legenda; 71% participaram pela primeira vez da manifestação

PM ficou à distância e maior parte do protesto foi pacífica; novo ato foi marcado pelo Passe Livre para hoje, às 17h, na Sé

DE SÃO PAULO

Em São Paulo, 65 mil pessoas se reuniram no largo da Batata, zona oeste, para participar do protesto contra o aumento da tarifa do transporte. Desses, 84% não têm preferência partidária, de acordo com o Datafolha.

Gritando frases como "O povo unido não precisa de partido" e "Sem partido, sem partido" os manifestantes se reuniram de forma pacífica.

Ao contrário do protesto anterior, na quinta-feira, em que houve mais de 200 feridos -15 jornalistas, 7 da Folha-, dessa vez não houve confrontos, prisões ou registros de casos de vandalismo na maior parte do percurso.

A Polícia Militar acompanhou à distância e se limitou à revista de manifestantes.

O tom pacífico só foi quebrado por volta das 21h30, quando um grupo que se dirigiu ao Palácio dos Bandeirantes forçou a entrada na sede do governo paulista e foi rechaçado pela polícia. O portão chegou a ser derrubado.

Cerca de 200 manifestantes continuavam, à 1h de hoje, bloqueando a rua em frente ao portão 2 do palácio. Eles pararam dois ônibus e os usaram para obstruir a via. Também fizeram uma fogueira.

A Força Tática permanecia dentro da sede do governo. Os PMs usaram bombas de gás apenas quando algumas pessoas tentaram invadir o local.

Por volta das 23h15, para poder sair, usuários quebraram um vidro da estação Consolação do metrô, que havia sido fechada antes do horário.

O Movimento Passe Livre convocou novo ato para hoje às 17h, na praça da Sé. Na quarta, às 7h, o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) fará um protesto na estrada do M'Boi Mirim por moradia e melhorias no transporte. O MPL apoia o ato.

De acordo com o Datafolha, 71% dos presentes participaram ontem pela primeira vez do protesto.

A maioria tem entre 26 e 35 anos e 81% se informaram do ato pelo Facebook. No total, 85% dos presentes buscaram informações pela internet.

Os manifestantes saíram em marcha pela avenida Faria Lima. O Movimento Passe Livre decidiu dividir a passeata em dois grupos. Uma parte seguiu pela Rebouças, até a marginal Pinheiros. O restante ocupou a Faria Lima.

No caminho, os manifestantes chamavam a população para participar. Nas janelas dos prédios, as pessoas colocaram lençóis e toalhas brancas em apoio à passeata.

"Não vim brincar, vim protestar", disse a aposentada Marita Ferreira, 82, que fez questão de participar.

Durante o percurso, os manifestantes pediam para que as bandeiras de partidos políticos fossem guardadas.

Os dois grupos se encontraram na ponte Octavio Frias de Oliveira. Enquanto isso, um terceiro grupo fechou a Paulista, nos dois sentidos, também de forma pacífica. O trânsito foi interrompido.

Na avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, um grupo se sentou no meio da via, gritando palavras de ordem. Os PMs que acompanhavam a manifestação também decidiram se sentar e foram aplaudidos.

MULTIDÃO

O protesto em São Paulo reuniu o maior número de participantes desde o movimento dos caras-pintadas pelo impeachment do ex-presidente Fernando Collor, em 25 de agosto de 1992.

Naquela ocasião, a PM calculou em 350 mil os manifestantes que se reuniram no Masp, na avenida Paulista.

Houve concentrações maiores, mas sem o caráter de protesto, como a Marcha para Jesus, em 2010, que segundo a PM reuniu 2 milhões de pessoas, e a Parada Gay de 2005, que juntou 1,8 milhão.


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