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Cotidiano

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País em protesto

Grupo mantém ato hoje na Paulista e diz lutar pela tarifa zero

Membros do Movimento Passe Livre comemoraram redução do valor das passagens e fizeram reunião

Ao menos 90 cidades devem ter protestos hoje contra temas como violência, corrupção, saúde e educação

ANA KREPP DE SÃO PAULO

Logo após o anúncio da redução de tarifa do transporte público em São Paulo, membros do MPL (Movimento Passe Livre) se reuniram em um bar próximo à Câmara Municipal, no centro da cidade, para comemorar.

Em clima de festa, cerca de 40 pessoas encheram o local, cantaram "A Internacional", hino socialista, e confirmaram que está mantido o ato de hoje, às 17h, na praça do Cilcista (avenida Paulista).

Os membros do MPL afirmaram que agora a reivindicação é a implementação da tarifa zero em São Paulo.

"O MPL agora é, de fato, Passe Livre'", afirmou Pedro Bernardo, 28, um dos representantes do movimento.

Segundo Mayara Vivian, também do MPL, o grupo vai manter o ato de hoje e tem outras reivindicações.

"Nossos próximos objetivos são lutar pelas reformas agrária e urbana e contra o latifúndio urbano", disse Mayara, que ressaltou que o grupo vai "lutar para que nenhum manifestante [que tenha sido detido] responda a processo criminal".

Enquanto falava com a Folha, ela parou para atender o celular. "Oi, senador Suplicy, obrigada!", disse. "Agora a luta é pelo passe livre."

Em clima de descontração, os participantes não paravam de receber telefonemas.

"Cada um que compareceu a alguma das manifestações pode pegar uma pena e escrever seu nome na história", afirmou Bernardo.

Por volta das 19h30, alguns membros do MPL decidiram ir para a casa de um dos participantes, na região da avenida Paulista. Foram de metrô.

Lá, eles se reuniram para debater a pauta do protesto de hoje e os próximos passos do grupo, disseram os participantes do encontro.

No mesmo horário, cerca de 500 pessoas --segundo estimativa da PM-- comemoravam na Paulista e ocupavam todas as faixas da via na altura da rua Augusta.

Uma manifestação na avenida Washington Luís, também no mesmo horário, obrigou o aeroporto de Congonhas a fechar as portas usadas para o desembarque e para o check-in durante 30 minutos.

Enquanto o aeroporto fechava as portas, outro grupo de manifestantes de cidades da Grande São Paulo interrompiam o trânsito nas rodovias Castello Branco, Ayrton Senna e Régis Bittencourt.

As rodovias Anchieta (em São Bernardo) e Imigrantes (em São Vicente) também foram fechadas por manifestantes no início da noite de ontem.

Em São Vicente, no litoral paulista, um ônibus foi incendiado durante a tarde (não houve feridos). Durante a noite, houve saques em lojas do bairro Humaitá.

NOVOS PROTESTOS

Moradores de cerca de 90 cidades, de todas as regiões do país, devem sair às ruas hoje para novos protestos.

Se o transporte público segue como "gatilho" para os atos, uma série de agendas, causas e slogans continua a pautar as convocações.

Nas redes sociais os temas mais comuns depois do transporte são combate à corrupção e à violência, melhorias na saúde e na educação.

Há também agendas pontuais, como a de repúdio à PEC 37, que retira o poder de investigação do Ministério Público.

Lucas Marques, 25, um dos organizadores dos protestos em Goiânia, reconhece que a pauta original ficou para trás.

"Vai para o protesto tudo que está entalado na garganta do brasileiro", disse.

Em Belo Horizonte, como em outras cidades do país, governantes e gastos públicos com a Copa entraram no escopo da mobilização.

"Uma palavra de ordem bem repetida vem sendo: Da Copa eu abro mão, quero mais dinheiro para saúde e educação'", afirmou o estudante Samuel Scarponi, 25.

Sem reajuste no ônibus neste ano, Campo Grande adotou como mote as suspeitas de desvios de recursos no Hospital do Câncer e a luta contra a corrupção para ser a pauta do protesto de hoje.


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