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País em protesto

No Rio, centro vira campo de batalha

Manifestantes disparam morteiros contra a prefeitura e entram em confronto com Tropa de Choque; lojas são saqueadas

Pessoas que foram à passeata se queixam de que assaltantes levaram suas carteiras, celulares e outros bens

DO RIO

No maior dos quatro atos já realizados desde o início da onda de protestos no Rio, há oito dias, manifestantes e policiais entraram em confronto ontem à noite por toda a extensão do centro da cidade, que se transformou num campo de batalha.

Como nas ocasiões anteriores, o ato, que reuniu 300 mil pessoas segundo a PM, começou tranquilo. Mas o confronto entre policiais e manifestantes, que teve início diante da sede da prefeitura, se espalhou pelas ruas do centro e atingiu parte da zona sul.

Depois que os confrontos começaram, logo antes das 19h, os manifestantes foram sendo "empurrados" pela polícia com bombas de gás e balas de borracha.

O grupo ia diminuindo, mas continuava a depredar, saquear e provocar incêndios em seu caminho. Passaram assim pela avenida Rio Branco e Cinelândia, no centro, onde saquearam uma filial das Lojas Americanas. Seguiram para Glória, Catete e Largo do Machado, na zona sul.

Às 23h o Batalhão de Choque cercou o Palácio Guanabara --sede do governo estadual-- em Laranjeiras porque um grupo de manifestantes seguia para lá. Ruas foram interditadas, mas meia hora depois elas foram liberadas.

CARRO INCENDIADO

No início dos conflitos, em frente a Prefeitura do Rio, um grupo roubou os equipamentos e incendiou um carro da rede de televisão SBT.

Pessoas que participaram da passeata se queixaram de que assaltantes se misturaram aos manifestantes, levando carteiras, celulares e outros objetos.

Ao menos 62 feridos foram levados para o Hospital Souza Aguiar, nos arredores.

Durante o dia, o governador Sérgio Cabral informou, por meio de sua assessoria, que tinha recebido telefonema do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, alertando para possíveis atentados do Comando Vermelho na manifestação. Nem a PM nem a Secretaria de Segurança confirmou a informação.

Na concentração, na Candelária, o único incidente ocorreu quando sindicalistas tentaram abrir duas bandeiras da CUT. Foram cercados por manifestantes que arrancaram e rasgaram as bandeiras. Pouco depois, militantes do PSTU tiveram suas bandeiras arrancadas e rasgadas por outro grupo de ativistas.

A passeata seguiu tranquila até a frente da prefeitura, distante pouco mais de três quilômetros. Os participantes gritavam palavras de ordem como "Não vai ter Copa", "Povo na rua, Dilma a culpa é sua", "Brasil, vamos acordar, o professor vale mais do que o Neymar" e "Polícia, vinagre é uma delícia".

Às 18h55 os manifestantes dispararam morteiros. Em resposta, a polícia arremessou bombas de efeito moral e usou a cavalaria a fim de proteger a sede do Executivo.

Manifestantes arrancaram tapumes que protegiam prédios no entorno e os usavam com escudos para se proteger das bombas e avançar contra os policiais. O caveirão, blindado da PM, entrou em ação, arremessando mais bombas e balas de borracha.

Alguns manifestantes chegaram a atacaram o veículo blindado, subindo no capô.

Os manifestantes começaram a se dispersar, espalhando os confrontos por todo o centro da cidade.

Parte deles atravessou um viaduto em frente à prefeitura e seguiu em direção ao Maracanã, onde acontecia o jogo Espanha x Taiti. Foram contidos por agentes da Força Nacional que participam do esquema de segurança da Copa das Confederações.

Outro grupo foi em direção contrária, voltando para a Candelária. Um grupo incendiou o Terreirão do Samba, local de shows na av. Presidente Vargas. Postes com câmeras de trânsito, pontos de ônibus e lixeiras foram destruídos.


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