Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

País em protesto

Promotoria quer abrir dados sobre tarifas em SP

Ministério Público pede informações sobre subsídios pagos desde 1984

Secretaria estadual diz que vai repassar dados quando for notificada; município não se manifestou sobre o caso

DE SÃO PAULO

"A composição da tarifa do transporte público em São Paulo não é transparente."

A afirmação é do promotor de Habitação e Urbanismo, Maurício Ribeiro Lopes, que enviou um requerimento para os governos municipal e estadual pedindo informações sobre como é calculado o valor dos bilhetes de metrô e ônibus na capital paulista.

Os dados serão usados por Lopes para integrar uma ação civil púbica que investiga os subsídios dados pelo Executivo às empresas de transporte coletivo (trem, metrô e ônibus) nos últimos 19 anos.

No requerimento, o Ministério Público solicitou que sejam enviadas as planilhas com os valores dos subsídios, custos, gratuidades e remuneração das empresas desde o ano de 1994, quando foi implantado o Plano Real.

De acordo com Lopes, o objetivo não é dizer se o transporte público é barato ou caro, e sim mostrar se o preço que se paga compensa o serviço que é prestado. "Hoje, vemos superlotação e temos um serviço oferecido que é muito ruim", disse.

Questionado se os dados do transporte são uma caixa preta, o promotor respondeu: "Não sei se essa caixa é preta ou cinza. Só sei que não é branca. As informações não são claras como deveriam".

A partir da notificação, os governos terão 45 dias para enviar as informações para o Ministério Público.

OUTRO LADO

Ontem, a Secretaria de Transportes Metropolitanos, responsável pelos trens e metrô, disse que vai repassar as informações para a Promotoria no prazo solicitado. Indagada sobre o assunto, a Secretaria Municipal de Transporte não respondeu aos questionamentos.

Estudos da prefeitura mostram que a tarifa de ônibus em São Paulo deveria custar R$ 4,13. Para reduzir esse valor, o município paga subsídios para as concessionárias do serviço de transporte. Com a tarifa custando R$ 3, o valor do subsídio é de R$ 8,6 bilhões. Se fossem mantidos os R$ 3,20, a ajuda governamental seria de R$ 6 bilhões.

Para o porta-voz da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano), Marcos Bicalho, a qualidade do serviço de ônibus é alinhada com o valor das tarifas e só melhorará com investimentos na infraestrutura das cidades e subvenções.

Bicalho afirma que o preço do diesel, que nos anos 1990 representava 12% do total dos custos da tarifa, chega hoje a mais de 20%. O número de passageiros transportados por quilômetro rodado, um indicador do desempenho, caiu de 2,6 para 1,6 desde 1995.

"Temos um nível de serviços compatível com o preço das passagens. O setor não suporta uma redução", disse.

Segundo Bicalho, hoje há uma "total transparência" no cálculo das tarifas porque tecnologias como a bilhetagem eletrônica permitem um controle expressivo da receita das empresas.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página