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Cônsul da Bolívia reclama da falta de segurança no Brasil

Culpa é do Estado brasileiro, diz; na semana passada, unidade do consulado foi fechada após depredação

Prefeitura prepara guia de direitos e deveres para imigrantes; Secretaria da Segurança não monitora crimes

DE SÃO PAULO

O posto do consulado boliviano na rua Bresser, coração da "Little Bolivia", no Brás, está fechado desde o início da semana, depois que bolivianos depredaram as instalações do local.

Os bolivianos protestavam contra a falta de assistência do consulado após a morte do menino Brayan Yanarico Capcha, 5.

Essa unidade consular avançado, que atende 7 mil bolivianos por mês, está temporariamente fechada "por motivos de segurança, por causa dos vândalos, e vai reabrir quando baixar o clima de comoção", disse o cônsul da Bolívia, Jaime Valdivia.

Os bolivianos se queixam também das altas taxas consulares para obter certificado de antecedentes ou cópia de certidão de nascimento, necessários para tirar a documentação de imigração. As taxas são muito mais altas do que as do consulado do Peru e do Paraguai, por exemplo.

"Já falamos uma centena de vezes com a polícia sobre o crescimento de assaltos a bolivianos. O Estado brasileiro é o responsável por essa falta de segurança", disse.

Diego Rocha Freitas Campos, 20, suspeito de matar Brayan, continua foragido.

A Secretaria de Estado da Segurança Pública não monitora o número de crimes contra imigrantes.

A Secretaria de Direitos Humanos da Prefeitura está preparando um guia de direitos e deveres para os imigrantes, para integrá-los à sociedade e torná-los menos vulneráveis a crimes, segundo o secretário Rogério Sottili.

A secretaria também iniciou a conscientização de funcionários públicos, que "às vezes tratam os imigrantes como pessoas sem direitos", e vai marcar conversas com gerentes de bancos para facilitar a abertura de contas.

AUDIÊNCIA

Tania Bernuy, diretora executiva do Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante, está convocando uma audiência pública com autoridades municipais e estaduais para discutir direitos laborais e segurança dos bolivianos. É comum, por exemplo, imigrantes reclamarem do atendimento da polícia na hora de obter documentos.

Segundo o defensor público federal João Chaves, seria necessário facilitar o processo de regularização dos imigrantes e integrá-los ao sistema de educação e saúde.

"Trata-se de uma comunidade invisível, que não fala português e vive trancada nas oficinas de costura, com muita dificuldade de se regularizar; isso os torna vulneráveis", afirma o defensor.

"Precisamos fazer urgentemente uma campanha para que essas pessoas tenham acesso a serviços básicos."

De acordo com ele, as mães bolivianas às vezes precisam pedir um alvará à Justiça, na vara de infância, para conseguir matricular os filhos na escola. E os bolivianos frequentemente são alvo de bullying nas escolas.


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