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Delegado do Denarc preso em operação é solto pela Justiça

Promotoria diz agora não ver indícios de ligação de chefe do setor de inteligência do departamento com traficantes

Clemente Castilhone Júnior foi detido na segunda sob suspeita de vazar informações de investigação policial

LUCAS SAMPAIO DE CAMPINAS

O delegado Clemente Castilhone Júnior, chefe do setor de inteligência do Denarc (departamento de narcóticos de SP), foi solto na noite de ontem por decisão da Justiça.

A soltura teve a concordância do Ministério Público, que havia pedido a prisão e agora afirma não ver mais indícios de envolvimento dele com traficantes de drogas.

Preso durante operação na segunda-feira, Castilhone era considerado suspeito de vazar dados de uma investigação sobre o envolvimento de policiais com criminosos.

Segundo os promotores, policiais receberiam até R$ 660 mil por ano para informar e proteger traficantes ligados à facção criminosa PCC em Campinas (a 93 km de São Paulo).

Além de Castilhone, oito pessoas foram presas e outras quatro estão foragidas.

João Batista de Augusto Filho, advogado de Castilhone, considerou "drástica" a prisão de seu cliente. "Não havia fundamento para tanto."

José Cláudio Tadeu Baglio, promotor de Justiça que investiga o caso, afirmou que a prisão foi "drástica, mas absolutamente necessária" para entender o vazamento.

"Não tinha como tomar as medidas que foram necessárias se não houvesse as prisões. Tanto é que o juiz concordou com a prisão."

O promotor, porém, diz que passou a não ver indícios de participação do delegado no esquema após ouvir seu depoimento. Ele considera que o eventual vazamento de dados pode ter sido sem intenção, e não proposital.

Castilhone é homem de confiança do diretor do Denarc e integrante do grupo de trabalho dos governos estadual e federal para combate ao crime organizado.

OUTROS SUSPEITOS

Entre os demais presos ou procurados estão outro delegado do Denarc --Fábio Alcântara--, nove policiais ou ex-policiais do departamento e dois investigadores do 10º DP de Campinas.

Anteontem, Castilhone e Alcântara prestaram depoimentos aos promotores. Além dos delegados, dois investigadores do 10º DP, Mark de Castro Pestana e Renato Peixeiro Pinto, foram levados para prestar depoimento, mas se recusaram a falar.

Segundo Thiago Amaral Lorena de Mello, um dos advogados de Pestana e Pinto, o acesso às provas que resultaram na detenção de seus clientes foi liberado menos de um dia antes da oitiva.

Com a justificativa de que não houve tempo para analisar o processo, a defesa recomendou que os policiais não se pronunciassem.

A Folha não encontrou o defensor de Alcântara.


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