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Entidades médicas rompem com governo e abandonam comissões

Associações dizem que não há diálogo e deixam grupos que discutem planos para saúde e educação

Federação também vai à Justiça para anular programa de Dilma; ministério afirma que esteve aberto ao debate

JOHANNA NUBLAT DE BRASÍLIA

As entidades que representam os médicos em esfera nacional anunciaram ontem seu afastamento das comissões temáticas das áreas de saúde e de educação que integram no governo federal.

Entre elas, estão a que discute atualizações na lista de procedimentos ofertados pelos planos de saúde, a que regula as residências médicas e o próprio CNS (Conselho Nacional de Saúde), vinculado ao Ministério da Saúde. São pelos menos dez grupos e comissões no total.

Trata-se de um ato político em reação à edição da medida provisória que criou o programa Mais Médicos.

Lançado na semana passada pela presidente Dilma Rousseff, o programa tem dois eixos: levar médicos brasileiros e estrangeiros para o interior do país e ampliar a duração do curso de medicina, adicionando dois anos de serviços prestados no SUS.

Para AMB (Associação Médica Brasileira), CFM (Conselho Federal de Medicina), Fenam (Federação Nacional dos Médicos) e ANMR (Associação Nacional dos Médicos Residentes), o governo federal "rompeu o diálogo" ao lançar o programa "de forma unilateral e autoritária".

As entidades reclamam que suas sugestões foram ignoradas e creditam a crise na saúde "à falta de investimentos, má gestão e corrupção".

Só a Fenam deixará seis colegiados da Saúde e cinco do CNS, pois parte deles se mostrou "meramente decorativa", diz Geraldo Ferreira Filho, presidente da entidade.

Ele cita como exemplo o grupo formado pelo Ministério da Saúde, em 19 de junho, para a "elaboração de proposta de provimento e fixação de profissionais médicos em situação de escassez no SUS" no prazo de 60 dias.

Menos de três semanas depois de criado o grupo, Dilma lançou o Mais Médicos, para fixar profissionais no interior e nas periferias das cidades.

"Foi criado um grupo de trabalho de fantasia, uma enrolação. O governo atropelou, é um desrespeito", critica.

Já a saída de colegiados do CNS se deve, diz ele, ao apoio que foi dado, pela presidência do conselho, a vetos à lei do Ato Médico --norma que regula a medicina e tinha respaldo integral dos médicos.

A Fenam vai entrar com duas ações judiciais para tentar suspender o Mais Médicos --uma na Justiça Federal e outra no STF (Supremo Tribunal Federal). Em paralelo, orientou sindicatos estaduais a avaliarem ações locais. O CFM também finaliza o texto de uma ação própria.

O ministério afirmou que se manteve aberto às entidades desde o início do debate, disse que Dilma recebeu representantes médicos e afirmou que manterá as comissões com a participação da sociedade. O CNS disse lamentar o afastamento.


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