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Modelo muda pouco, diz diretor de instituição

DE SÃO PAULO DE BRASÍLIA

Para Antonio Carlos Lopes, diretor da Escola Paulista de Medicina, a mudança anunciada pelo Ministério da Educação não é muito diferente da proposta anterior.

"Continuam os mesmos oito anos obrigatórios", diz ele.

Lopes fazia parte do comitê de especialistas que discutiria as mudanças com o governo federal, mas desistiu da função após perceber que as entidades médicas não participariam efetivamente.

"Uma coisa tão séria como a mudança em um curso de medicina não poderia ser feita sem se discutir com a classe médica", disse.

Para o diretor, que foi Secretário Executivo da Comissão Nacional de Residência Médica, já no governo petista, não adianta ampliar as vagas para residência médica sem melhorar a infraestrutura. "Na época, fechamos vagas de residência em vários locais que não tinham estrutura mínima. Um deles tinha goteira na sala de cirurgia. Outro, usava saquinhos plásticos como luva", afirma.

Dirigentes da Faculdade de Medicina da USP e da Associação Brasileira de Educação Médica veem problemas.

"Não é aumentando o número de anos que melhoraremos a formação do profissional mas sim melhorando a graduação", disse Jadete Lampert, presidente da associação de educação médica, que integra comitê de especialistas ouvidos pelo governo.

Já o diretor da Faculdade de Medicina da USP, José Otavio Costa Auler Junior, afirmou que haverá dificuldades na implementação do formato.

O principal problema, segundo ele, é encontrar postos para todos os residentes --hoje não haveria vagas.

"E não é só encontrar um lugar. Precisa ter alguém que acompanhe o residente. Residência é uma espécie de pós-graduação, com treinamento em serviço e supervisão."

Para o diretor da USP, o ideal seria o governo retirar a medida provisória que prevê as mudanças na área, para haver mais discussões.

O diretor e a congregação de sua faculdade já haviam se manifestado contra a proposta inicial do governo, que aumentava de seis para oito anos a duração do curso de medicina e que obrigava o aluno a trabalhar no SUS.

Para eles, o quadro da saúde no país pioraria, pois os médicos demorariam mais dois anos para se formar.

O problema só se resolveria com medidas estruturais. "Precisa aumentar os gastos com a saúde para 10% do PIB [atualmente em 3,5%]", diz.


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