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Paciente cubano é 'caso de interesse acadêmico', diz HC

Segundo hospital, Fidel Castro Puebla, suposto parente de ex-líder da ilha, pulou triagem por apresentar doença rara

Após início da apuração da Folha, rapaz de 23 anos recebeu alta hospitalar antes de cirurgia programada

DE SÃO PAULO

O Hospital das Clínicas de São Paulo informou ontem que o paciente cubano Fidel Castro Puebla foi internado no setor de urologia da instituição, na última terça-feira, sem passar pelos procedimentos regulares de triagem por se tratar de um "caso clínico de interesse acadêmico".

Conforme revelou a Folha ontem, Castro Puebla, 23, procurou o HC após tentativas frustradas de diagnóstico de um problema crônico na ilha comunista.

Ele foi apresentado por um integrante do governo brasileiro como sendo parente de Fidel Castro, ex-líder da ilha.

Uma cirurgia urológica estava marcada para a manhã de ontem. Na noite de anteontem, no entanto, depois do início da apuração da Folha, foi solicitada a imediata liberação do paciente, que acabou recebendo alta às 20h25.

Em nota, o Hospital das Clínicas informou que foi feito o diagnóstico, com indicação cirúrgica, "que poderá ser realizada em local a ser definido pela família".

A assessoria de imprensa do hospital disse que não poderia revelar a doença de Castro Puebla porque a família pediu sigilo sobre o caso.

Ainda de acordo com o HC, a instituição tem interesse em receber pacientes com "doenças muito diferentes" por ser um hospital-escola.

Casos assim serviriam, segundo o hospital, de estudo para os alunos de medicina.

HOTELARIA

O cubano Fidel Castro Puebla ficou internado na ala infantil do setor de urologia, cujos quartos foram recém-inaugurados com a melhor hotelaria do complexo do Hospital das Clínicas.

O caso vinha sendo tratado com sigilo no hospital.

À Folha, um dos acompanhantes do cubano afirmou que o jovem sofre, há três anos, de um problema crônico não diagnosticado pelo sistema de saúde cubano.

Pela legislação brasileira, estrangeiros podem ser atendidos no SUS (Sistema Único de Saúde) em emergências.

Casos de interesse acadêmico também são atendidos em hospitais-escola.

No HC, o cubano realizou uma tomografia e uma arteriografia (espécie de radiografia das artérias).

A Folha apurou que ele estava sob os cuidados da equipe do urologista Miguel Srougi, um dos mais renomados cirurgiões da área.

Srougi não foi encontrado ontem pela reportagem para falar sobre o caso. Anteontem, ele afirmou que não trataria desse assunto.

O superintendente do HC, Marcos Fumio Koyama, também não foi encontrado.

O Itamaraty afirmou não ter recebido nem feito nenhum pedido de internação ao Hospital das Clínicas.

A Embaixada de Cuba está em recesso.

MÉDICOS CUBANOS

A internação de Puebla no hospital público paulista ocorreu 15 dias após o governo federal brasileiro paralisar as negociações com Cuba para a vinda ao país de 6.000 médicos da ilha.

A importação de cubanos, anunciada em maio, deveria suprir regiões do Brasil em que há falta de médicos --como no interior e na periferia de grandes cidades.

O governo, então, passou a tratar com prioridade a atração de profissionais estrangeiros de Espanha e Portugal.


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