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Justiça aceita denúncia contra donos de empresa de radar

Órgão ligado à Fazenda apontou indício de prática de lavagem de dinheiro

Alvo da investigação, Consladel é acusada de pagar propina a servidores de SP; advogado não responde

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO DE SÃO PAULO

A Justiça aceitou denúncia de lavagem de dinheiro contra os empresários Labib Faour Auad e Jorge Marques Moura, donos da Consladel.

A empresa é acusada pelo Ministério Público de pagar propina a funcionários da Prefeitura de São Paulo, de outras cidades do interior e de outros Estados.

O suposto esquema teria movimentado milhões por meio de empresas fantasmas e feito saques em espécie.

Com a decisão judicial, os empresários se tornam réus --e terão que responder formalmente ao processo.

Segundo o Ministério Público, uma série de investigações apontou evidências de que havia propina para fraudar licitações e elaborar contratos irregulares em todo o país, especialmente na prefeitura paulistana, a partir de 2002 e ao menos até 2011.

A Consladel prestou à prefeitura serviços na iluminação pública e de radares e atua em todo o país. Além da Prefeitura de São Paulo, a denúncia cita que órgãos federais pagaram R$ 72,73 milhões a ela entre 2000 e 2009.

A empresa já havia sido acusada pela própria prefeitura e pelo Tribunal de Contas do Município por supostas fraudes em contratos.

A suposta lavagem é apontada pelo Coaf (órgão de inteligência financeira do Ministério da Fazenda).

Os relatórios levantam indícios de que a Consladel e empresas ligadas ao grupo teriam montado esquema de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 37,646 milhões.

Outros R$ 30,104 milhões, segundo o Coaf, foram movimentados "de maneira suspeita" somente entre setembro de 2010 e março de 2011.

Ainda conforme o órgão, ao menos R$ 1,4 milhão de propina foi pago a funcionários da prefeitura até 2005.

Testemunhas ouvidas pela Promotoria dizem que houve "inúmeros pagamentos de propinas" por parte do grupo através de caixa dois.

O grupo teria usado ao menos duas empresas "fantasmas", a DF Locação (que movimentou R$ 29 milhões em pouco mais de um ano) e a Agroquímica Indústria e Comércio (com R$ 2,427 milhões) no esquema.

O Coaf identificou ainda saques em espécie por empresas de fachada ligadas ao grupo, que beiram R$ 7 milhões.

OUTRO LADO

A Folha entrou em contato com o advogado Ismar Marcílio de Freitas Júnior, defensor dos empresários da Consladel, no começo da noite de ontem, mas ele disse que não teria condições de responder. A reportagem encaminhou cópia da denúncia para ele e seu sócio.


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