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Médicos não precisam ter vergonha de não saber português, diz ministro

Padilha afirma a estrangeiros que falta de domínio do idioma não impede exercício da profissão

Profissionais de Cuba foram hostilizados em protesto em Fortaleza no primeiro dia de curso do Mais Médicos

DE BRASÍLIA DO ENVIADO A VITÓRIA DE SANTO ANTÃO (PE) DE FORTALEZA DE SALVADOR

O ministro Alexandre Padilha (Saúde) disse ontem que os médicos estrangeiros que vieram ao Brasil para participar do Mais Médicos não precisam "sentir vergonha de não saber falar português".

Apesar de a importância do domínio da língua para a profissão ter sido minimizada, este será um dos critérios na aprovação do candidato.

"Vocês passarão por um processo intenso de avaliação, troca de experiências e de conhecimentos. Quem vai para área indígena, além dos conteúdos nacionais, dos cursos, de avaliação sobre língua portuguesa, vai ter também módulos específicos sobre a cultura da região onde trabalhará", disse Padilha.

A maioria dos inscritos no programa veio de Cuba, Espanha, Argentina e Uruguai.

Padilha lembrou de quando coordenou um plano de controle de malária e atendeu uma tribo, entre 2001 e 2003.

Ele disse que nunca falou a língua do povoado, assim como seus colegas. "Se não estivéssemos lá, muitas vidas não teriam sido salvas."

Em Vitória de Santo Antão (PE), um médico pediu à reportagem que conversasse em espanhol. Outra, que falasse mais devagar.

O médico português Raul Ramalho, 66, afirmou em Salvador ter comprado um dicionário de "baianês" para não se perder nas conversas.

O cubano Danilo Sanchez, 49, exaltava a expectativa de treinamento. "A gente sabe que há regionalismos no Brasil, por isso serão importantes essas semanas de aulas."

Os médicos de Cuba, disse Padilha, manterão os mesmos salários pagos hoje pelo país, com acréscimo de 20% por estarem em missão no exterior. O salário de médico em Cuba vai de US$ 25 a US$ 41.

A vice-ministra de Saúde da ilha comunista, Marcia Cobas, disse ao UOL que os cubanos também vão receber de 40% a 50% dos R$ 10 mil repassados pelo Brasil.

HOSTILIZADOS

Médicos cubanos foram vaiados, hostilizados e chamados de "escravos" em um protesto liderado pelo Simec (Sindicato dos Médicos do Ceará) no primeiro dia do curso do Mais Médicos em Fortaleza. Havia no local 96 médicos estrangeiros, sendo 79 cubanos, que se assustaram.

Houve princípio de confusão quando os médicos brasileiros tentaram entrar no prédio. Os manifestantes cercaram todas as saídas. O governo pediu reforço policial.

A saída foi tensa, comandada por representantes do Ministério da Saúde. Um deles recebeu leves tapas.

Um pequeno grupo também se manifestou a favor de Cuba, com a bandeira do país e chamando os médicos brasileiros de mercenários.


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