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Adolpho Crepaldi (1926-2013)

Dorfo, um contador de histórias

DE SÃO PAULO

Almoço de domingo era sagrado para Adolpho Crepaldi: ele reunia filhos e netos e passava horas contando as muitas histórias da sua juventude.

Tinha uma memória prodigiosa. A primeira lembrança que tinha de si mesmo era de estar dentro de um cesto enquanto os pais, imigrantes italianos, apanhavam café em lavouras do interior paulista.

Outro "causo" que gostava de relembrar era o dia em que tocou, de improviso, em um baile em Presidente Prudente (SP), nos anos 1940. O sanfoneiro não apareceu, e ele então tirou a gaita do bolso para, sozinho, animar a festa.

Dorfo, como o chamavam, adorava música. Quando moço, era um verdadeiro pé de valsa. Aprendeu sozinho sanfona e gaita e tocava samba até na caixa de fósforo. Ao teclado, gabava-se de tirar músicas de ouvido, principalmente tango e choro --suas duas paixões. Queria ter sido músico, mas o pai o impediu.

Penúltimo de 11 irmãos, tornou-se motorista de caminhão do curtume da família. Das viagens que fazia, voltava sempre cheio de histórias.

Estava sempre cercado de cachorros. O maior deles o acompanhava nas caminhadas diárias que fazia até cinco anos atrás, quando sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) e começou a adoecer.

Morreu na quarta (21), aos 87, de falência múltipla de órgãos. O enterro foi ao som de uma de suas canções preferidas: "Quizás, Quizás, Quizás", do cubano Osvaldo Farrés.

Viúvo do primeiro casamento, deixa a segunda mulher, Ezelinda, cinco filhos, 14 netos e três bisnetos --e dois cachorros. A missa do sétimo dia será às 19h30 de hoje, na paróquia São José de Presidente Prudente.


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