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Rosaura de Escobar Ribeiro da Silva (1914-2013)

A doce, bem-humorada e euclidiana Zazá

ANDRESSA TAFFAREL DE SÃO PAULO

A qualquer lugar que fosse, Rosaura de Escobar Ribeiro da Silva sempre levava um saco de balas, que distribuía para todo o mundo. "Isto é para adoçar sua vida", dizia.

O bom humor era uma das principais características de Zazá, como carinhosamente a chamavam. Outra grande marca era sua paixão por Euclides da Cunha (1866-1909), que foi muito amigo de seu pai. Francisco Escobar era prefeito de São José do Rio Pardo (SP) na época em que o escritor lá viveu e onde deu vida a sua obra-prima, "Os Sertões".

Zazá tinha dezenas de livros de Euclides da Cunha, alguns publicados em outras línguas, e também sobre ele, inclusive de pesquisadores estrangeiros. Também herdou cartas trocadas entre o pai e o ilustre escritor. Só deixou de ir à anual Semana Euclidiana, em São José do Rio Pardo, há poucos anos, após adoecer.

Gostava de dar jantares e participou ativamente da vida cultural e intelectual paulistana --Monteiro Lobato foi outro amigo de seu pai e dela também. Sem preconceitos, fazia amizade com ricos e pobres. Acolhia e até dava dinheiro a quem necessitasse.

Poliglota, foi revisora e tradutora da editora José Olympio. Trabalhou ainda como secretária do gabinete do ex-governador Adhemar de Barros e assessora do primeiro reitor da USP, Reynaldo Porchat.

Ao lado do já falecido marido, o advogado Raphael, participou do Partido Comunista. Como seu pai, odiava tudo ligado à igreja. Ao ouvir um "Fica com Deus", rapidamente respondia: "Vou ficar comigo mesma que fico melhor".

Sem falar e praticamente cega, morreu no sábado (24), aos 99, sem deixar descendentes.


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