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Cotidiano

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Sob protestos, Câmara homenageia Rota

Concessão da Salva de Prata a PMs ocorreu com críticas e expulsão de ativistas de direitos humanos em SP

Honraria pedida pelo Coronel Telhada (PSDB) passou por 37 votos contra 15; policiais acompanharam sessão

GIBA BERGAMIM JR. DE SÃO PAULO

O grupo de PMs perfilados entrou na Câmara de São Paulo de cara fechada. Sem farda, não estava ali para agir num caso de protesto violento ou atrás de criminosos.

Os cerca de 40 homens --entre coronéis aposentados e PMs da ativa--pedia a aprovação de uma homenagem à Rota (tropa de elite da PM). Saíram de lá comemorando.

Com 37 votos favoráveis e 15 contrários, os vereadores aprovaram a Salva de Prata para o batalhão. A votação ocorreu sob protestos de ativistas de direitos humanos, para quem a honraria deveria ser dada aos pais de jovens mortos pelo batalhão. Ao lado deles, havia a claque de policiais que aplaudia discursos dos parlamentares PMs.

Pelo menos cinco jovens contrários à salva foram obrigados a sair do plenário por ordem do presidente da Casa, José Américo (PT). A expulsão está prevista no regimento do Legislativo quando alguém da plateia interrompe a fala de vereadores.

Depois das expulsões, houve empurra-empurra entre manifestantes e PMs fardados que cumpriram a ordem da presidência.

BANCADA DA BALA

A homenagem foi pedida pelo vereador do PSDB Coronel Telhada, que se aposentou no ano passado após comandar a Rota. Hoje, ele compõe a chamada "bancada da bala", formada por três PMs.

Só foi aprovada após quatro sessões e duas semanas de polêmica na Casa.

A polêmica começou quando o vereador Toninho Vespoli (PSOL) foi criticado por colegas após pedir que a votação fosse nominal, para que se soubesse "quem é contra e quem é à favor de uma polícia acusada de violência".

De lá para cá, entidades de direitos humanos protestaram para que a honraria fosse barrada. Só votaram contra o PT, o PSOL e o PC do B, além de Ricardo Young (PPS) e Gilberto Natalini (PV).

"Polícia, fascista, não passarão", gritavam manifestantes. O grupo de apoio à salva estendeu uma faixa: "O povo de bem está com a Rota", dizia. Ao ser interrompido, Telhada chamou um dos manifestantes de "bobão".

"Me chamar de assassino é atitude de nazista de vocês", disse, em discurso.

Ao fim da sessão, Telhada comemorou e mandou beijos para a plateia.


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