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Número de acidentes aéreos triplica em dez anos no país

Casos registrados envolvem principalmente aviões particulares de menor porte

No primeiro semestre de 2003 foram 26 acidentes; neste ano, foram registrados 86 casos em igual período

LUCAS REIS ENVIADO ESPECIAL A SANTARÉM (PA)

Com longa experiência de voo, o piloto Joaquim Calixto Neto, 64, sobreviveu a um acidente aéreo há seis anos.

No início da semana, passou duas vezes por uma fiscalização antes de decolar de Belém rumo ao Pará, mas não teve a mesma sorte. Poucos minutos depois de partir, o avião caiu e as três pessoas a bordo morreram.

O caso engrossa a estatística de acidentes aéreos no país, que bateram recorde nos primeiros seis meses na aviação civil, com 86 casos --todos com aeronaves registradas no Brasil.

O número triplicou em relação aos 26 casos do primeiro semestre de 2003, ano em que o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) iniciou o seu registro. No acumulado do ano, já são mais de cem acidentes.

Houve escalada significativa a partir de 2007, com 102 ocorrências no ano todo; em 2011, chegou a 159 e, no ano passado, alcançou 178. Os números levam em consideração, também, a aviação regular, ou seja, as linhas aéreas.

"A aviação está crescendo e o volume de voos, aumentando", diz o coronel aviador Fernando Camargo, investigador do Cenipa.

"Mas o grosso das ocorrências se concentra na aviação geral, que é o cidadão que tem o próprio avião, que escolhe a oficina, que cuida da manutenção do modo que acha melhor", afirma.

As estatísticas mostram que os acidentes têm acompanhado o crescimento da aviação nacional.

O percentual da frota envolvida em acidentes fatais passou de 0,21% em 2009 para 0,39% em 2012 --ainda não há dados de 2013. Em todo o ano passado, 78 pessoas morreram. Neste ano já são ao menos 45.

"Em 2012, pelo menos um terço dos acidentes ocorreu por desvio de conduta do piloto", diz Ubiraci Pereira, capitão da FAB (Força Aérea Brasileira) e especialista em controle de tráfego aéreo.

"Ou seja, o piloto tem em mãos uma informação do departamento de controle de espaço aéreo, mas assume um risco de voo próprio."

CIVIL E MILITAR

O avanço recorde dos números acendeu um sinal de alerta na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e a reaproximou da FAB.

Juntas, elaboraram em 2013 a Operação Voe Seguro, cuja quarta etapa terminou anteontem na região Norte.

Foi essa a fiscalização pela qual passou Joaquim Calixto Neto. Segundo a Anac, nenhum problema foi achado. O caso será investigado.


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