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Médicos escapam de filtro e migram para projeto federal

Por salário, profissional troca prefeitura por União para trabalhar no mesmo lugar

Folha mapeou casos em 12 capitais; mudança contraria regras e pode afetar objetivo de Dilma de diminuir deficit

AGUIRRE TALENTO DE FORTALEZA DANIEL CARVALHO DO RECIFE NELSON BARROS NETO DE SALVADOR LUCAS REIS DE MANAUS

Médicos de 12 capitais conseguiram se inscrever e foram convocados pelo programa federal Mais Médicos para trabalhar em postos de saúde e unidades de atenção básica dessas mesmas cidades.

Em alguns desses casos, os profissionais trocaram salários entre R$ 5.000 e R$ 7.000 --pagos pela prefeitura e pelo governo do Estado-- pelos R$ 10 mil da bolsa do projeto de Dilma Rousseff (PT).

Essa troca de vínculo contraria as regras do Mais Médicos, que tem como objetivo principal a redução do deficit de profissionais nas periferias das capitais e em municípios do interior do país.

Na semana passada, a Folha revelou a iniciativa de alguns prefeitos de demitir profissionais e trocá- los pelos bolsistas do Mais Médicos, para aliviar as contas dos municípios.

O Ministério da Saúde, na ocasião, citou a existência de filtros preventivos no sistema de cadastro dos profissionais para evitar essas migrações.

E afirmou que "todos os médicos que já estavam cadastrados na atenção básica de um determinado município foram impedidos de se inscrever no programa para atuar nesta mesma localidade, o que impede a migração de profissionais para a bolsa do Mais Médicos dentro de uma mesma cidade".

NO MESMO POSTO

Levantamento da Folha, porém, localizou 22 profissionais em 12 capitais que aparecem tanto no cadastro de profissionais de atenção básica como na lista de convocados do programa federal.

Deles, alguns desistiram; outros já começaram a atuar. Entre os 22, 10 são chefes de equipes de saúde da família.

Há profissionais escalados pelo Mais Médicos inclusive para atuar no mesmo posto de saúde em que já atuavam.

É o caso de Marcos de Santana, 38, que atua desde 2009 numa unidade de saúde de Boa Vista (RR), com salário próximo de R$ 7.000. "Migrei por causa do salário. Brigamos por melhoria na carreira."

Em Salvador, dois profissionais migraram da prefeitura para atuar nos mesmos postos pelo Mais Médicos.

Um deles é o ex-vereador Celso Coelho, 65, hoje no PT, que antes recebia R$ 7.000.

Em Fortaleza, a médica Soeli Teresinha, que trabalhava no bairro Conjunto Alvorada, preferiu o programa federal e se mudou para outro posto. Resultado: das três equipes de saúde da família, uma ficou sem médico.


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