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Prefeitura estuda 2ª faixa exclusiva para a 23 de Maio

Ideia é que carros com dois passageiros ou mais, vans escolares e táxis tenham preferência no eixo norte-sul

Secretário Jilmar Tatto (Transportes) não deu detalhes ou prazo para implantação; proposta divide especialistas

CÉSAR ROSATI EDUARDO GERAQUE DE SÃO PAULO

A Prefeitura de São Paulo anunciou ontem a ideia de implementar mais uma faixa exclusiva no eixo viário norte-sul, formado por grandes avenidas como Washington Luiz, Rubem Berta, 23 de Maio e Tiradentes.

Segundo o secretário Jilmar Tatto (Transportes), a chamada faixa solidária poderia ser usada por carros particulares que transportam mais de dois passageiros, vans escolares e táxis.

O secretário não deu mais detalhes sobre quando a ideia deve deixar o papel.

Se a medida chegar ao corredor, será a segunda faixa exclusiva criada no trecho.

Desde o mês passado, o eixo norte-sul tem uma faixa exclusiva para ônibus, em grande parte do trajeto.

CONTRA

Sem simulações mais detalhadas em mãos, Orlando Strambi, especialista em transportes públicos da USP, afirma que não criaria a nova separação nas vias da cidade.

"Neste momento, não tiraria mais uma faixa dos automóveis, antes dos efeitos das novas faixas para o ônibus se sedimentarem", explica.

De acordo com Strambi, um sinal claro aos motoristas de carro está dado desde o mês passado: limitação ao transporte individual. E eles "começam a buscar alternativas".

O arquiteto Flamínio Fichmann, também estudioso da área de transportes, é mais enfático. Para ele, a ideia vai punir ainda mais os veículos, que sofrem com o aumento do trânsito por causa das faixas exclusivas.

"Trata-se de uma questão de equivalência. As faixas de ônibus estão ociosas, e essa nova via segregada vai aumentar ainda mais o trânsito."

Tanto o pesquisador da USP quanto o urbanista são favoráveis a priorizar o transporte público na cidade, mas de uma forma equilibrada.

A FAVOR

O pesquisador Bruno Mugnela apoia totalmente a ideia lançada pelo secretário Tatto. Para ele, a proposta, além de ampliar a capacidade do sistema viário, tem um forte caráter comportamental.

"A medida promove o compartilhamento dos veículos entre vizinhos, amigos e colegas de trabalho. Ela vai diminuir a individualização extrema do transporte privado."

Segundo Mugnela, numa cidade onde é quase regra existir um ocupante em cada carro --a média, diz, é de 1,2 por veículo--, "ter uma faixa com um mínimo de dois ocupantes é um grande avanço".

Para o pesquisador, no futuro, com a população adaptada ao sistema, será possível até limitar o uso da nova faixa para carros com pelo menos três pessoas.


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