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Apenas 47% dos médicos são confirmados em programa

De 1.096 brasileiros selecionados no Mais Médicos, só 511 já compareceram

Após sofrer revés, governo federal adia a data prevista para estrangeiros começarem a trabalhar

JOHANNA NUBLAT DE BRASÍLIA

Só 47% dos médicos formados no Brasil se apresentaram para trabalhar após serem selecionados na primeira fase do programa federal que pretende levar profissionais ao interior do país e às periferias de centros urbanos.

Segundo balanço preliminar do Ministério da Saúde, 511 profissionais haviam comparecido às unidades de saúde até a manhã de ontem, de um total de 1.096 esperados desde a semana passada pelo Mais Médicos para atuar.

Já se sabe que 127 pediram desligamento do programa. Outros 458 não se apresentaram, foram excluídos por irregularidades ou não tiveram sua situação informada pelos municípios ao ministério. Um balanço final pode ser fechado hoje, data limite para que se apresentem para clinicar.

Há vários motivos alegados pelos médicos para desistências --incluindo a falta de infraestrutura no trabalho.

O dado parcial mostra que os médicos que já atuavam no Brasil --brasileiros majoritariamente-- preencheram menos de 4% das 15.460 vagas de profissionais demandadas pelas prefeituras.

O Mais Médicos é uma bandeira de Dilma Rousseff (PT) para as eleições de 2014.

"O interesse da população está acima de qualquer corporação. Eu fui mãe e sei o que é acordar de madrugada com a criança sofrendo de asma", afirmou a presidente ontem, em discurso no Rio.

Os 511 médicos que apareceram para trabalhar atendem a menos da metade (45%) das cidades que aguardavam os profissionais.

O ministro Alexandre Padilha (Saúde) disse que esse resultado é semelhante ao de concursos públicos para médicos da atenção básica e reforçou que é preciso trazer profissionais de fora.

Os médicos formados no exterior já inscritos no programa, porém, também não vão resolver a demanda a curto prazo. Na primeira rodada, foram selecionados 282 com diploma estrangeiro e 400 médicos cubanos, por um acordo entre Brasil e Cuba.

O início do trabalho desses 682 profissionais formados no exterior, previsto para a próxima segunda-feira, será atrasado em uma semana.

O ministério informou ontem que os médicos passarão a próxima semana em atividades de familiarização com as realidades locais, já nos Estados onde irão atuar --até hoje, eles estão reunidos para cursos e avaliações em oito universidades do país.

O atraso dará tempo extra ao governo para regularizar a documentação dos inscritos. Há resistência de conselhos regionais de medicina em inscrever profissionais sem a revalidação do diploma.

Uma liminar, dada na terça-feira, dispensou o CRM do Ceará dessa obrigatoriedade.

O ministro Luís Inácio Adams (Advocacia-Geral da União) apresentou recurso ontem. Há no país 61 ações envolvendo o Mais Médicos --27 movidas por conselhos de medicina. "Essa resistência representa um desserviço ao Brasil", disse Adams.


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