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Fiscal diz que se 'esqueceu' de mandar ver obra que caiu
Desabamento em São Mateus matou dez
O supervisor de fiscalização da Subprefeitura de São Mateus (zona leste de São Paulo), Décio Soares de Lima, disse em depoimento à polícia que se "esqueceu" de pedir que seus subordinados verificassem se a obra que desabou no dia 27 de agosto havia sido de fato paralisada.
A construção era irregular e tinha sido embargada pela prefeitura em 25 de março. Dez operários morreram e 26 se feriram no desabamento.
Lima era chefe do fiscal Valdecir de Oliveira, que multou duas vezes e embargou a obra. O fiscal pediu exoneração em abril. Ele é investigado pela prefeitura sob suspeita de ter recebido propina do dono do imóvel. Oliveira diz que saiu para se aposentar.
Segundo a polícia, o supervisor de fiscalização disse que, após a saída de Oliveira, recebeu o processo de embargo e o delegou a uma agente "sobrecarregada de serviço". "Por um lapso de memória", não pediu à fiscal para checar se o embargo era obedecido, segundo a polícia.
A prefeitura apura uma queixa anônima sobre o recebimento de propina por fiscais da subprefeitura. O pagamento teria sido feito para a obra continuar, mesmo sendo irregular --ela não tinha alvará de execução.
