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Prefeitura põe 'big brother' para vigiar a Sé

Ônibus com câmera começa a vigiar a praça 24 horas por dia; Luz e República também receberão unidades neste mês

Secretário diz visar combate ao tráfico; saída de morador de rua pode ser 'consequência natural', afirma

CÉSAR ROSATI DE SÃO PAULO

A Prefeitura de São Paulo colocou ontem um ônibus com câmera para vigiar a praça da Sé, no centro.

A central de monitoramento 24 horas da Guarda Civil Metropolitana, batizada de "big brother" pelo secretário de Segurança Urbana, Roberto Porto, faz parte de um projeto da gestão Fernando Haddad (PT) com a justificativa de revitalização do marco zero da capital paulista.

"A ideia é devolver a praça da Sé para a população e tornar este espaço o mais seguro da cidade", disse Porto.

Segundo ele, a vigilância é voltada ao combate ao tráfico de drogas. O secretário disse que uma "consequência natural" pode ser a saída de moradores de rua da praça.

"Os moradores de rua não querem ser monitorados. Então, pelo simples fato de a GCM ter ocupado a praça, houve esvaziamento. Isso é uma consequência natural", afirmou Roberto Porto.

Além do ônibus, operado por três guardas, serão instaladas, até o fim do mês, 19 câmeras --o espaço já conta com quatro equipamentos. Elas ficarão em diversos pontos ao redor da praça da Sé.

Outros cinco espaços públicos devem receber ônibus iguais aos da Sé neste mês, incluindo a Luz e a praça da República (centro) e pontos do bairro da Saúde e da av. Teotônio Vilela (zona sul).

Cada ônibus com os equipamentos custa R$ 2 milhões --bancados por parceria com o governo federal pelo programa "Crack, é possível vencer".

'PRIVACIDADE'

A iniciativa da prefeitura enfrentou resistência de moradores de rua --que, no dia anterior, tinham sido removidos da Sé para uma tenda sem infraestrutura adequada no parque Dom Pedro 2º.

"Com esse ônibus vigiando a gente dia e noite o pouco espaço que tínhamos já não existe mais. Vamos ser jogados para escanteio. Nossa privacidade fica onde?", afirmou à Folha a moradora de rua Marcela Santili.

Questionada sobre qual será o destino de quem usa a Sé como moradia, a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Luciana Temer, disse que a prefeitura faz um estudo criterioso a respeito.

"Não negamos que haja problemas de acolhimento na cidade, só que agora estamos fazendo um esforço para melhorar", afirmou.


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