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Alckmin anuncia força-tarefa para investigar facção criminosa

Grupo também vai apurar envolvimento de policiais militares e civis com a quadrilha

Escuta telefônica do Ministério Público flagrou PM oferecendo transporte de drogas a traficante

DE SÃO PAULO

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou ontem a criação de uma força-tarefa para investigar ações da facção criminosa PCC e o envolvimento de policiais civis e militares com a quadrilha.

De acordo com ele, os membros do Ciisp (Centro Integrado de Inteligência em Segurança Pública) vão atuar 24 horas por dia para apurar denúncias e rastrear as ligações telefônicas entre detentos.

Uma das alternativas para ajudar no combate ao tráfico será a implantação de bloqueadores de sinais de telefone celular.

Inicialmente, o governo havia afirmado que iniciaria a instalação dos equipamentos em outubro. Agora, diz que a licitação ainda não foi concluída e a instalação em 23 unidades prisionais ocorrerá até dezembro.

'LINHA DIRETA'

Na investigação do Ministério Público que denunciou 175 suspeitos de integrar a facção criminosa em São Paulo, há casos que demonstram uma relação próxima entre policiais e bandidos.

"Já deixei uma linha direta para quando ela [uma traficante] quisesse fazer o transporte, fazer alguma coisa segura e com quem confia. Tem uns meninos [PMs] que trabalha com isso aí [transporte de droga], que é PM também, vai de motinha, entrega lá, recebe e vai embora."

O diálogo, obtido por meio de escuta telefônica, consta da apuração. Realizada em 23 de janeiro, a gravação flagrou o diálogo em que um policial militar, que não foi identificado, travou com um traficante apelidado de Boy.

Na ocasião, eles discutiam a prisão de uma mulher que administrava uma das bocas de fumo que eram de responsabilidade de Boy, na zona oeste de São Paulo.

Além de dizer que poderia fazer o transporte da droga, o PM afirmou para o traficante que ele não precisaria se preocupar, porque seus "meninos" nem sabem o que estão carregando.

"Não sabem de quem que é nem para onde vai... Os meninos que abordaram só querem medalha' e dia de folga', entendeu? Não sei se você compreende", disse o PM.

TELEFONE

A investigação descobriu também que o telefone usado pelo policial estava registrado em nome da Polícia Militar e que a ligação para Boy havia sido feita de dentro de uma delegacia, onde estava sendo registrado o boletim de ocorrência da prisão da mulher por porte de 3,5 kg de cocaína.

A apuração dos promotores flagrou também a conversa de criminosos do Brasil com um paraguaio responsável por enviar maconha e cocaína para a facção.


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