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Em SP, capital concentra moradias precárias; 25% estão perto de rios

Dos moradores de favelas paulistanas, 33,7% são de fora do Estado, índice acima da média do país

Segundo o IBGE, 11,4% da população de São Paulo mora em favelas; percentual chega a 22,2% no Rio de Janeiro

DO RIO

O abismo que separa as favelas do "asfalto" se replica na cidade de São Paulo e até com mais intensidade em alguns indicadores, como a localização próxima a rios e córregos e na educação.

A capital concentra 66% dos domicílios em favelas da região metropolitana, proporção superior, por exemplo, a de Recife (40%), área de renda mais baixa.

Da população total da cidade, 11,4% moram em favelas. Trata-se de um percentual menor do que no Rio (22,2%), mas similar ao de Porto Velho (RO).

Para o IBGE, a favelização é um fenômeno que cresceu na esteira da concentração da população nas grandes metrópoles, impulsionada, em grande medida, pela migração --algo que se vê com mais força em São Paulo.

Dos moradores das favelas paulistanas, 33,7% não nasceram no Estado de São Paulo. No Brasil, a proporção era menor: 21,7%.

As cinco maiores regiões metropolitanas brasileiras concentram 59,3% dos moradores de favelas de todo o país. Do total de moradores dessas áreas, 18,9% viviam na Grande São Paulo.

Dados cruzados pela a partir do Censo de 2010 mostram que na capital paulista 24,7% das casas das favelas estavam próximas a margens de rios e córregos e lagoas, percentual acima da média do país (12,5%).

Já 19,1% localizavam-se em encostas --índice quase idêntico à média nacional.

Rute Imanishi, pesquisadora do Ipea, diz que a industrialização e as oportunidades de trabalho decorrentes desse processo atraíram população para o Sudeste desde os anos 40, principalmente para São Paulo e Rio.

O ápice desse movimento, afirma, se deu nos anos 70.

"Essas pessoas ocupavam áreas que não eram de interesse do mercado imobiliário naquela época, em muitos casos porque eram mais difíceis de construir, como em topos de morros", diz.

De acordo com os dados do IBGE, as maiores favelas de São Paulo são Paraisópolis e Heliópolis, ambas com mais de 40 mil habitantes em 2010.

MOBILIDADE

Os moradores de favelas levam mais tempo para chegarem ao trabalho --37% deles levava mais de uma hora para isso. O percentual supera os 30% dos moradores das demais áreas da cidade.

Um quarto dos lares de favelas paulistanas tinha, em 2010, renda per capita de até meio salário mínimo (R$ 339). Fora dessas áreas, o percentual era bem menor: 8,5%.

No outro extremo, 17,2% das famílias de SP que não viviam em comunidades tinham rendimento superior a cinco salários (R$ 3.390). Nas favelas, eram apenas 0,6%.

Mas viver nessas áreas pode ser uma alternativa de renda. "Muitos moradores criam cômodos para alugar", diz a pesquisadora.


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