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Máfia do ISS

Fiscal preso diz em escuta que prefeito sabia de tudo

Acusado de liderar quadrilha, Ronilson Rodrigues foi subsecretário de Kassab

Ex-prefeito afirma que auditor deu informação falsa e que repudia tentativa de envolvê-lo em irregularidades

MARIO CESAR CARVALHO DE SÃO PAULO ALAN GRIPP EDITOR DE 'COTIDIANO'

O auditor fiscal Ronilson Bezerra Rodrigues, preso sob acusação de liderar o grupo que cobrava propina para reduzir o ISS (Imposto sobre Serviços) de imóveis, diz num telefonema que o "secretário" e o "prefeito" com que trabalhou "tinham ciência de tudo", revela gravação da conversa obtida pela Folha.

Autorizada pela Justiça, a gravação foi feita em 18 de setembro deste ano, dia em que Rodrigues foi convocado pela Controladoria Geral do Município para explicar por que seu patrimônio era incompatível com seus rendimentos.

Rodrigues foi subsecretário da Receita Municipal, um apêndice da secretaria das Finanças, no governo de Gilberto Kassab (PSD).

Segundo investigação da controladoria e do Ministério Público, as fraudes lideradas por ele na administração anterior, entre 2010 e 2012, causaram prejuízo de cerca de R$ 500 milhões em impostos não recolhidos.

"Tinham que chamar o secretário e o prefeito também, você não acha? Chama o secretário e o prefeito com quem eu trabalhei. Eles tinham ciência de tudo", diz Rodrigues na conversa com Paula Sayuri Nagamati, amiga do fiscal e chefe de gabinete da secretaria de Finanças na gestão anterior.

Kassab classificou as informações de "falsas" e disse que "repudia as tentativas sórdidas de envolver o seu nome" em irregularidades.

Na gestão atual, de Fernando Haddad (PT), Rodrigues teve outro cargo: foi diretor financeiro da SPTrans, empresa municipal de transporte. Segundo a Controladoria, Rodrigues não tinha acesso ao sistema das Finanças e, por isso, não poderia ter dado prosseguimento às fraudes.

DELAÇÃO

No dia da conversa gravada, além de Rodrigues, os outros três fiscais presos junto com ele também foram interrogados na Controladoria. São eles: Eduardo Horle Barcellos, Carlos Augusto di Lallo do Amaral e Luis Alexandre Cardoso de Magalhães.

Do grupo, só Magalhães foi solto após fazer um acordo de delação premiada --ele aceitou colaborar com as investigações em troca de uma possível redução de pena.

Com o esquema, o grupo conseguiu acumular um patrimônio estimado pela Controladoria em R$ 80 milhões. Paula, a que conversa com Rodrigues, foi exonerada do cargo por quebra de confiança, segundo a prefeitura --ela saberia do esquema e não comunicou a ninguém. Ela colabora com o Ministério Público.


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