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Máfia do ISS

Fiscal diz que Aurélio Miguel também recebeu dinheiro

Em depoimento, auditor afirma que colega admitia pagar para vereador do PR

Ex-judoca nega e diz que só tinha relação institucional com servidores que agora estão sob suspeita

DE SÃO PAULO

O auditor fiscal Eduardo Horle Barcellos disse ao Ministério Público do Estado que Aurélio Miguel, vereador do PR, recebia dinheiro de um integrante do grupo que agora é acusado de ter desviado R$ 500 milhões do ISS.

O depoimento foi dado anteontem, quando ele também afirmou que pagava uma mesada de R$ 20 mil ao então vereador Antonio Donato (PT) --que deixou a Secretaria de Governo da gestão Fernando Haddad depois de ser citado por ligação com suspeitos.

Barcellos é um dos acusados pelo esquema do ISS e fez acordo de delação premiada --para colaborar em troca de possível redução de pena.

O auditor afirmou ao promotor Roberto Bodini que Aurélio Miguel recebia dinheiro de Ronilson Rodrigues, apontado como chefe do grupo.

Segundo depoimento de Barcellos, Ronilson contou que precisava trocar seu número do celular devido à quantidade de ligações do vereador, que é ex-judoca e foi campeão olímpico em 1988. O motivo, disse ele, é que Ronilson dava dinheiro para Aurélio Miguel --que nega.

O ex-judoca, por meio de nota, disse que sua relação com Ronilson "se dá exclusivamente no âmbito institucional, na condição de vereador".

O advogado de Ronilson foi procurado pela Folha, mas não respondeu aos recados.

Apesar do depoimento de Barcellos, a Promotoria disse que não pretende chamar Aurélio Miguel para depor por enquanto por não haver, a princípio, ligação disso com a cobrança de propina para redução do ISS de grandes empreendimentos, alvo principal da investigação.

O auditor fiscal disse em seu depoimento que dava dinheiro mensal a Donato, mas que nunca fez pagamentos ao ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) ou ao ex-secretário de Finanças Mauro Ricardo, seu superior naquela época.

O vereador Aurélio Miguel foi denunciado pela Promotoria por suspeita de envolvimento no esquema que envolvia acusações contra Hussain Aref Saab, ex-diretor do Aprov (departamento que liberava construções). O caso ainda será julgado. Ele nega.

O ex-judoca foi acusado de não incluir no relatório final da CPI do IPTU, presidida por ele, nomes de shoppings que teriam pago propina a Aref.

O petista Donato foi, na época, relator dessa CPI.

Agora, uma das suspeitas é que os acusados de fraude ao ISS também tenham fraudado pagamentos de IPTU.

Neste ano, a Folha revelou que Aurélio Miguel multiplicou seu patrimônio após virar vereador, em 2005 --seus bens passaram de R$ 1,4 milhão para R$ 25 milhões.


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