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Máfia do ISS

Donato volta à Câmara, chora e ataca construtoras

Para ex-secretário de Haddad, empresas são 'sócias' de 'esquema criminoso'

Petista insinua contato de auditor fiscal suspeito com Alckmin durante campanha em 2008; tucano nega

GIBA BERGAMIM JR. DE SÃO PAULO

Ex-homem forte da gestão Fernando Haddad (PT), Antonio Donato (PT) chorou ontem em sua volta à Câmara e atacou as construtoras. Cerca de 150 militantes petistas ouviram o discurso do vereador.

Donato deixou a Secretaria de Governo após a Folha mostrar que ele empregou em seu gabinete Eduardo Horle Barcellos, um dos quatro fiscais acusados de integrar a máfia do ISS --a quadrilha cobrava propina de empreiteiras para dar descontos no imposto.

Depois, Barcellos prestou depoimento dizendo que pagava mesada de R$ 20 mil a Donato de 2011 a 2012. O petista afirma ser mentira.

Ontem, o vereador chorou após falar de seus antepassados: sua avó, uma índia, e seu avô, um camponês italiano.

Sem citar nomes, chamou donos e presidentes de construtoras de "tubarões do mercado imobiliário" e os acusou de participação no esquema de sonegação de ISS em troca de propina.

Também criticou a imprensa ao dizer que os nomes de empresas que supostamente pagam propina não são citados em reportagens.

"Mas e os corruptores? Onde estão aqueles que se beneficiaram de sonegar R$ 500 milhões? Cadê o rosto dos presidentes das grandes incorporadoras citadas no início deste escândalo?" A resposta de Donato: "Nas colunas sociais".

"Essas empresas e indivíduos não são vítimas dos fiscais. São sócias majoritárias desse esquema criminoso."

Haddad já disse haver ao menos 15 construtoras suspeitas no esquema, mas sempre se negou a revelar quais.

A Promotoria divulgou os nomes de seis empresas citadas em depoimentos: BKO, Tarjab, Tecnisa, Trisul, Alimonti e Brookfield.

Donato também disse que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) teve contato com Ronilson Rodrigues, suspeito de chefiar a máfia, quando foi candidato à prefeitura.

Ao falar sobre como o conheceu, o vereador disse que o fiscal o procurou em 2008, apresentando-se como "técnico apartidário" que poderia auxiliar na campanha da então candidata Marta Suplicy (PT).

"Mais tarde, fiquei sabendo que o mesmo Ronilson chegou a se reunir, naquela eleição, com o então candidato a prefeito pelo PSDB, Geraldo Alckmin, para prestar informações semelhantes."

Donato confirma conhecer parte dos acusados no esquema. Mas disse que "nunca, em momento algum, pedi a qualquer um deles recursos para a campanha e tampouco recebi apoio financeiros".

A assessoria do governador afirmou que Ronilson "não participou nem prestou qualquer contribuição ou ajuda à campanha eleitoral de 2008 do então candidato a prefeito e atual governador".

"Também não compõe a lista dos 451 participantes das discussões do programa de governo nem consta dos registros das pessoas recebidas pelo então candidato", diz.

O Secovi (sindicato de construtoras) não se manifestou até a conclusão desta edição. Em ocasiões anteriores, disse que está colaborando com as investigações da Promotoria.


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