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Em rede social, Dilma quebra silêncio sobre crise
NATUZA NERY MÁRCIO FALCÃO DE BRASÍLIAA presidente Dilma Rousseff quebrou o silêncio sobre a crise da segurança pública no Maranhão e afirmou ontem, pelo Twitter, que tem "acompanhado com atenção a questão" do Estado.
Para não melindrar a governadora Roseana Sarney (PMDB), cujo apoio eleitoral é considerado estratégico, Dilma havia adotado cuidado e determinado a seus ministros poucas palavras sobre o caos nas prisões maranhenses.
Não houve barulho. Nem mesmo quando a Folha revelou o vídeo com presos exibindo rivais decapitados tal qual troféus.
No Palácio do Planalto, diz-se que o governo está "pisando em ovos" para não ferir a sensibilidade da família Sarney, cara ao projeto de reeleição do PT.
Nos bastidores, auxiliares presidenciais assim definem o grau de instabilidade: se o governo fizer demais, Roseana reclamará de intervenção. Se fizer de menos, de abandono.
"Tenho acompanhado com atenção a questão da segurança no Maranhão. Em dezembro determinei o envio da Força Nacional para apoiar as ações de segurança do governo do Maranhão", disse ontem a presidente no microblog.
Na quinta-feira, o governo mostrou-se mais reativo. Dilma enviou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ao Maranhão para discutir a crise com Roseana. A ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) reuniu o Conselho de Direitos de Defesa da Pessoa Humana, que cobrou um plano emergencial do Estado para o problema.
Até então, somente Maria do Rosário havia falado. Cardozo emitira notas.
Na rede social, Dilma destacou também que o governo ofereceu vagas em presídios federais para transferência de presos do Maranhão e disse que aumentará o efetivo da Força Nacional no Estado.
Apesar do recesso parlamentar, a Comissão de Direitos Humanos do Senado decidiu realizar na segunda-feira uma visita ao presídio de Pedrinhas.
Os parlamentares vão reunir informações para um eventual posicionamento sobre uma intervenção federal no Estado, que vem sendo analisada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.