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USP dá gratificação em ano sem greve Professores e servidores receberão R$ 3.500; reitor atribui bônus à melhora em ranking e período sem paralisações Benefício não foi dado em 2010, quando houve greve; é prêmio por 'bom comportamento', afirma associação JOSÉ ERNESTO CREDENDIODE BRASÍLIA A USP vai pagar neste ano uma gratificação de R$ 3.500 a funcionários e professores. Em comunicado, o reitor João Grandino Rodas disse que o benefício foi concedido graças ao avanço em rankings internacionais -obtido, em parte, com o fim das greves na universidade. Chamado de Prêmio Excelência Acadêmica Institucional, a gratificação foi instituída em 2008, mas é a primeira vez que o bônus será pago na gestão Rodas. No ano passado, quando funcionários em greve ocuparam a reitoria por 23 dias, servidores e professores não receberam o benefício. No comunicado, Rodas destacou que houve em 2011 a "continuidade" das atividades, "sem qualquer espécie de paralisação, ao longo dos últimos meses". Quando foi criado, em 2008, o adicional era uma forma de tentar estimular professores e funcionários a buscar uma maior projeção internacional da USP, principal universidade do país. Em 2009, o bônus foi de R$ 1.500, valor bem menor do que o atual. Naquele ano, durante a gestão da reitora Suely Vilela, houve greve de 57 dias, com adesão de professores e funcionários. BOM COMPORTAMENTO Ontem, a Adusp (Associação dos Docentes da USP) reagiu ao bônus distribuindo o informe "Prêmio por 'bom comportamento?'", em que questiona o suposto vínculo entre um período sem greves e o valor da gratificação. "Será que o trabalho dos cerca de 5.000 docentes e 15 mil funcionários da USP mudou tanto de qualidade entre 2010 e 2011?", questiona o texto da associação de docentes. Um dos diretores do Sintusp (Sindicato dos Funcionários da USP), Magno Carvalho, criticou o teor da manifestação da reitoria. Segundo Carvalho, embora os funcionários mereçam ser mais bem remunerados, isso não tem nenhuma relação com eventuais paralisações. "Dizer que isso [prêmio] aconteceu porque não houve greve é sacanagem." Em ranking divulgado em julho, a USP foi a 43ª universidade na classificação da Webometrics Ranking Web of World Universities, um mecanismo de avaliação que considera a exposição que as instituições alcançam na internet. Em janeiro, era a 51ª. Em nota à Folha, a reitoria atribui à "dedicação de seu quadro de pessoal" os avanços. "O fato de não ter havido nenhum tipo de paralisação também favoreceu esses resultados", informou a USP. As relações entre a reitoria e parte da comunidade acadêmica se deterioraram nos últimos meses, após o confronto entre alunos e PMs, que passaram a patrulhar a Cidade Universitária, na zona oeste de São Paulo. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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