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Shoppings de luxo do RS e do Rio são alvo de 'rolezinhos'

Eventos ganham conotação política e se distanciam de 'rolezinhos' originais

Centro de compras no Leblon não abriu ontem; em Porto Alegre, evento não registrou incidentes

LUCAS VETTORAZZO DO RIO FELIPE BÄCHTOLD DE PORTO ALEGRE

A onda de atos em apoio aos "rolezinhos" atingiu ontem shoppings de luxo no Rio e em Porto Alegre.

O tom político e o clima das manifestações de junho tomou conta do que seria um "rolezinho", marcado para às 16h20 de ontem no Shopping Leblon, na zona sul carioca.

A maior parte dos que se reuniram em frente ao shopping já havia participado dos protestos do ano passado.

Apenas um grupo apareceu com o intuito de fazer o "rolezinho" na sua forma clássica. Formado por dois maiores e três menores, a turma composta por moradores da Rocinha, chegou ao local em bicicletas e skates.

"Eu vim para dar um rolé com a minha gata no shopping, conhecer gente nova, mas pelo visto é manifestação. Vou dar rolé na praia de skate mesmo", disse Ricardo Israel, 22, vendedor e cantor.

O Shopping Leblon não abriu ontem depois que uma liminar que proibia o evento foi cassada pelo Tribunal de Justiça. Do outro lado da rua, um outro shopping, o Rio Design Leblon, também fechou.

Além do tradicional grito "não vai ter Copa", os manifestantes arriscaram gritar palavras de ordem contra o shopping: "Ih, ih, ih, deixa eu entrar pra consumir"' ou "Alerta, alerta, alerta à burguesia. Ou deixa o rolezinho ou vai ter ato todo dia".

O público que entrava no teatro ao lado para ver um musical sobre Elis Regina chegou a ser hostilizado por manifestantes. "Ei, burguês, a culpa é de vocês", gritavam.

Pelo menos cinco carros da Polícia Militar, quatro da Guarda municipal e três grupos de vinte policiais acompanharam a manifestação.

LIMINAR

Em Porto Alegre, o Moinhos Shopping, um dos mais luxuosos do Estado, foi à Justiça para tentar barrar o primeiro "rolezinho" organizado na cidade. O evento foi mantido, mas reuniu poucos participantes.

O shopping conseguiu uma liminar proibindo atividades que pudessem "interferir no funcionamento" do local. Um oficial de Justiça entregou uma notificação judicial a um dos organizadores.

O analista de sistemas Fábio Fleck, 27, que recebeu a ordem judicial, disse que a intenção do evento era prestar solidariedade aos participantes dos "rolezinhos" de São Paulo. "É uma crítica à desigualdade social. O movimento está sendo criminalizado, o que não pode acontecer", afirmou.

Um dos grupos presentes ao "rolê", composto por 12 jovens militantes da União da Juventude Socialista, organização estudantil ligada ao PC do B, entrou no shopping, cantou músicas de funk e entrou em alguns estabelecimentos.

Em uma loja de vestidos, tiraram peças do mostruário e deixaram os responsáveis apreensivos. "Não vou levar porque é muito caro", disse, em tom de brincadeira, um participante do movimento.


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