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Ação policial gera confronto na cracolândia e na política

Haddad diz que intervenção foi 'lamentável' e 'rompe diálogo' com governo

Conflito ocorreu em ação para prender traficante; feridos acusam agentes de usar bala de borracha, mas a polícia nega

DE SÃO PAULO

Uma ação da Polícia Civil realizada na tarde de ontem na cracolândia terminou em confronto entre policiais e usuários de crack e provocou uma crise entre prefeitura e Estado, que têm um acordo de atuação conjunta na área.

Ao menos três pessoas ficaram feridas, segundo testemunhas, por balas de borracha que teriam sido disparadas pelos policiais.

O governo nega a utilização desse tipo de munição, mas confirma o uso das bombas de efeito moral.

Horas depois do confronto, o prefeito Fernando Haddad (PT) convocou uma entrevista em que classificou de "lamentável" a ação policial e disse que ela compromete a atuação conjunta, que prevê o uso da força policial só em situações extremas.

"[A ação] rompeu um diálogo muito produtivo e profícuo que o município tinha com o governo. Coloca em risco um trabalho que vinha sendo feito há seis meses no local", afirmou Haddad.

A prefeitura diz não ter sido avisada da ação.

A Secretaria da Segurança Pública, por sua vez, afirmou que a ação do Denarc (departamento de narcóticos) na cracolândia foi "legítima".

O Denarc diz que a chefia do departamento estava avisada e que uma ação desta natureza não precisaria ser comunicada à Polícia Militar ou à prefeitura.

De acordo com a diretora do Denarc, Elaine Biasoli, o conflito aconteceu quando três policiais foram investigar uma denúncia de tráfico.

Ao tentar prender um suspeito, os policiais foram agredidos, segundo ela, por usuários que tentaram impedir a prisão atirando pedras no veículo. Um reforço (oito carros e 24 policiais) foi acionado. A chegada dele deu início ao conflito. Viciados dizem que os policiais chegaram atirando. O departamento nega.

Segundo o Denarc, três policiais também foram feridos e três carros, danificados.

Cerca de 30 pessoas foram detidas e quatro traficantes, presos em flagrante (incluindo o primeiro suspeito).

De acordo com testemunhas, o reforço chegou no local 40 minutos após a primeira intervenção. Nessa hora, usuários tentaram se refugiar numa base da PM.

Assistentes sociais e o secretário municipal de Segurança, Roberto Porto, também se esconderam.

O grupo acompanhava o trabalho do programa Braços Abertos, no qual a prefeitura paga R$ 15 por dia para que usuários trabalhem como garis, varrendo praças e ruas.

A prefeitura divulgou vídeo com imagens da operação.


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