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Manifestante é preso por ataque no Rio e negocia colaboração

Tatuador admitiu ter manuseado rojão e poderá identificar rapaz que deflagrou artefato que feriu cinegrafista de TV

Em troca de ajuda, advogado quer que jovem responda por lesão grave, e não tentativa de homicídio

BRUNA FANTTI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

O tatuador Fábio Raposo Barbosa, 22, foi preso temporariamente ontem sob suspeita de tentativa de homicídio contra o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade em protesto no Rio.

Barbosa negocia colaborar com a polícia para identificar o outro suspeito do crime.

O tatuador foi indiciado porque entregou o artefato para o rapaz que o deflagrou em direção ao cinegrafista --que seguia ontem internado.

O advogado Jonas Tadeu Nunes condicionou a colaboração do preso a uma mudança no indiciamento. Ele quer que seu cliente responda por lesão corporal grave, e não tentativa de homicídio, tipo penal pelo qual foi indiciado.

A intenção é reduzir uma eventual pena. O advogado pede também a redução de prazo da prisão temporária, de 30 para 5 dias.

O delegado Maurício Luciano Almeida tenta convencer o suspeito a fazer a delação premiada para identificar o homem que detonou o rojão.

"Ele não admitiu ainda que o conheça, mas acredito que sim. Já perguntou várias vezes quais seriam os benefícios com a delação. E, ao ser preso, o padrasto o orientou também a dizer quem era o outro", afirmou o delegado.

Segundo o advogado, o tatuador poderia reconhecer o outro suspeito por foto ou pessoalmente. "Ele não apontou ainda quem é, pois não chegamos a um acordo sobre a tipificação", disse.

Se aderir à delação premiada, o suspeito pode ter a pena reduzida após o julgamento por ter colaborado na elucidação do crime. Ele também pode aguardar o fim do processo em liberdade.

O delegado afirmou que a mudança na tipificação deve ser pedida à Justiça.

Barbosa foi preso um dia depois de admitir ter sido a pessoa que entregou o rojão ao homem que o detonou.

O caso aconteceu na última quinta, durante manifestação no centro do Rio contra a alta da passagem de ônibus.

O delegado disse que Barbosa diz ter recebido ligação de número não identificado com ameaças e coagindo-o a assumir a culpa sozinho.

"Isso também pode ser um fator que esteja dificultando a delação. Vamos pedir a quebra do sigilo telefônico e investigar essa ligação."

BLACK BLOCS

A polícia também busca identificar eventual participação de Barbosa no grupo "black bloc". Segundo a polícia, uma parede no prédio onde o rapaz mora tem uma pichação com essa referência.

"Se ele integra a organização e praticou atos de maneira estável e duradoura associado a outras pessoas, poderá ser indiciado por associação criminosa", diz o delegado. Está marcado para hoje, também na Central do Brasil (centro do Rio), outro protesto contra o reajuste da tarifa.


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