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Lei autoriza mais prédios na Faria Lima

Projeto da gestão Gilberto Kassab (PSD) que autoriza novas construções na região é aprovado pela Câmara

Venda de títulos pode render R$ 1,5 bilhão ao prefeito, o suficiente para cumprir promessa de investir em metrô

EVANDRO SPINELLI
VANESSA CORREA
DE SÃO PAULO

A Câmara de São Paulo aprovou ontem projeto de lei que autoriza a prefeitura a vender títulos imobiliários estimados em até R$ 1,5 bilhão para novos empreendimentos na região da Faria Lima.

Com a venda dos títulos, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) vai abrir brecha para a construção de novos prédios na área e, com isso, conseguir dinheiro para cumprir a promessa de campanha de investir R$ 1 bilhão no metrô.

Especialistas defendem o adensamento da região, que tem trânsito intenso, com a ressalva de que precisam ser construídos prédios residenciais e que parte do dinheiro seja usada para investimentos em transporte coletivo.

O projeto prevê a construção de uma nova linha de metrô no eixo da av. Faria Lima -a construção da linha 20-rosa, que ligará Lapa e Moema.

Para o urbanista Kazuo Nakano, do Instituto Pólis, é importante trazer mais pessoas para morar na área, que tem boa infraestrutura e empregos. Mas a prefeitura deveria privilegiar empreendimentos voltados para um público de renda menor, que use menos carros, diferente do que as construtoras pretendem para a região.

TRANSPORTE

Segundo Sérgio Guimarães Pereira Júnior, diretor da Vallor Urbano, empresa especializada em loteamentos, a construção de prédios para famílias de renda mais baixa "acabaria não fechando a conta" dos empreendedores, porque os títulos que a prefeitura vai vender e os terrenos são caros naquela região.

Ele propõe, como medida para diminuir impactos de trânsito, investimento em transporte público.

O arquiteto Fernando Serapião, editor da revista "Monolito", vê também a necessidade de investimentos em transporte público, para que seja feito o "adensamento populacional desejável".

"A mistura, com a chegada de prédios residenciais, é boa, porque a pessoas podem trabalhar perto de casa. Mas é preciso fazer investimento inteligente do que for arrecadado. Na gestão Marta Suplicy (PT), o dinheiro foi investido em dois túneis, o que incentiva o uso de carro."

Cândido Malta, urbanista que ajudou a elaborar o atual Plano Diretor, critica a falta de estudo da capacidade de suporte de transportes da área. Segundo ele, esse estudo foi exigido no Plano Diretor, mas nunca foi aplicado.

Eduardo Della Manna, diretor de legislação urbana do Secovi (sindicato das empresas do setor imobiliário), concorda com investimentos em transporte coletivo, mas ressalva que o trânsito tende a diminuir na área.

Ele cita que a linha 4-amarela, com duas estações próximas ao largo da Batata, já ajudou a retirar carros das ruas da região. E uma nova linha de metrô incentivaria ainda mais o uso do transporte público na região.

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